O Fórum Industrial Parlamentar Sul, composto pelas federações das indústrias e pelos congressistas dos três Estados da região, decidiu hoje em reunião na sede da Confederação Nacional da Indústria, em Brasília, estabelecer duas frentes de trabalho para garantir investimentos federais em infra-estrutura de transportes.

Um grupo já deverá reunir-se a partir do próximo mês com o deputado federal Carlito Merss (PT-SC), relator do projeto do orçamento de 2006, na tentativa de incrementar os valores destinados à região para o ano que vem. Paralelamente, o fórum trabalhará em articulações políticas e em dificuldades locais que possam estar atravancando a liberação de recursos do orçamento de 2005. Até o começo deste mês, dos recursos previstos no OGU de 2005 para a infra-estrutura de transportes do Sul – R$ 1,025 bilhão –, apenas 2,3%, ou R$ 23,2 milhões, foram efetivamente pagos.

– Está havendo um descompasso muito grande entre o que o Sul gera de resultados ao país e o que o país dá em retorno ao Sul – disse o presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), Alcantaro Corrêa.

Para o presidente da Federação das Indpustrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Paulo Tigre, "não adianta ter um produto competitivo na porta da fábrica se não conseguimos chegar aos portos com essa mesma competitividade. Somos exportadores e a exportação funciona com logística. E logística para nós tem sido custo", disse.

Entre as idéias de ações que surgiram na reunião de hoje, a do deputado Ivan Ranzolin (PP-SC) foi uma das que teve mais eco.

– O problema do orçamento é que, quando a liberação é facultativa, ela passa a ser política. Se não tivermos um orçamento impositivo, sempre iremos chorar o leite derramado – disse.

Para o deputado, o governo deveria ser obrigado a pagar os recursos orçados, sob pena de crime de responsabilidade.

Enquanto esse cenário não vem, o fórum deve continuar trabalhando na articulação para o pagamento dos recursos, já de olho na peça de 2006, que deve chegar ao Congresso ainda este mês. Para o senador Flávio Arns (PT-PR), o fórum deverá adotar estratégia semelhante à do ano passado, articulando os parlamentares da região para a convergência das emendas.