| 15/08/2005 13h55min
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, afirmou hoje que é impossível que a oposição apresente provas de que houve fraude no referendo que confirmou seu mandato presidencial há um ano porque essa denúncia é "falsa".
–A oposição continua falando de fraude e de votos fantasmas sem mostrar qualquer prova, porque não as tem nem terá.
O presidente afirmou que é mentira que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) tenha forjado o resultado. A declaração foi a resposta ao anúncio do líder oposicionista Enrique Mendoza de que demonstrará, em setembro, que Chávez teria vencido "fraudulentamente" o referendo de 15 de agosto de 2004. Mendoza quer revogar o mandato do presidente, que obteve o apoio de 60% dos eleitores.
– Se os peruanos esperaram sete meses e meio para provar o que ocorreu (uma suposta armação eleitoral do ex-presidente Alberto Fujimori), nós demoramos um ano – disse o oposicionista em entrevista ao jornal El Nacional, de Caracas, no domingo.
Mendoza foi um dos líderes da extinta Coordenadoria Democrática. O político informou que não antecipará "nada do relatório sobre o que ocorreu em 15 de agosto" do ano passado.
Chávez lembrou que o sistema eleitoral venezuelano "é um dos mais transparentes que há neste planeta", apesar do "fogo de franco-atiradores internos e externos" recebido pelo CNE.
A vitória de Chávez foi confirmada por instâncias internacionais que acompanharam a votação "in situ" como a Organização dos Estados Americanos (OEA) e o Centro Jimmy Carter, que efetuaram auditorias prévias e posteriores à eleição.
Mendoza acrescentou que nunca "esquecerá as expressões" do então titular da OEA, o ex-presidente colombiano César Gaviria, assim como do ex-presidente americano Jimmy Carter, quando notificaram a Coordenadoria Democrática de "que seus observadores apontavam que o presidente ganharia".
– Se não há como provar que aconteceu um fato irregular, devemos aceitar as regras da democracia, ganhando ou perdendo; e quando se perde, é preciso aceitar a derrota – disse Mendoza. A coalizão antichavista desapareceu do cenário político após o referendo. Poucas semanas depois, em outra eleição, Mendoza perdeu o governo do estado de Miranda, que inclui parte de Caracas, para Diosdado Cabello, considerado nos meios políticos o "braço-direito" de Chávez.
As informações são da agência EFE.
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