Terminou pouco antes das 21 horas a 11ª reunião ministerial realizada desde a posse de Luiz Inácio Lula da Silva. Os ministros já deixam a Granja do Torto, onde ocorreu o encontro.

Todos os ministros de Lula compareceram, numa reunião que durou pouco mais de nove horas. O próximo encontro reunindo o primeiro escalão do governo está marcado para terça-feira, quando a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, fará uma exposição dos projetos do governo em andamento. A reunião ocorrerá no Palácio do Planalto.

O primeiro a sair da Granja do Torto foi Márcio Thomaz Bastos, ministro da Justiça, que não falou com a imprensa. Em sua participação na discussão, Bastos explicou a atuação da Polícia Federal nas investigações das denúncias de corrupção envolvendo o PT e o governo. Bastos também defendeu a aprovação da reforma política, com mecanismos mais rígidos sobre dois pontos: fidelidade partidária e financiamento de campanhas – justamente a questão que está sendo investigada pelo Congresso.

Bastos disse ainda que em 30 meses foram feitas 92 grandes operações, sendo 55 ligadas ao combate à corrupção. Também foram presas 1.593 pessoas, sendo que 1.177 ligadas a problemas com desvios de recursos públicos. O ministro da Justiça prometeu enviar ao Congresso em breve uma nova lei sobre lavagem de dinheiro.

Os ministros da Fazenda, Antonio Palocci, e Patruz Ananias, do Desenvolvimento Social fizeram balanços das suas áreas de atuação.

Já o ministro Jaques Wagner, por sua vez, disse que é preciso construir uma "agenda política" a ser votada no Congresso, apesar de toda a crise política. Foram citadas propostas como reforma política e a lei das micro e pequenas empresas.Ele disse que é preciso melhorar as relações do Executivo com o Congresso e também defendeu a reforma política.

No início do encontro, Lula fez um pronciamento à nação, afirmando ter se sentido traído por dirigentes petistas responsáveis por esquemas ilegais no partido. O presidente disse ainda estar perplexo ante as denúncias que afetam não só o PT, mas integrantes do governo.

O tom do discuso de Lula provocou duras reações. Não só a oposição se mostrou insatisfesta com as declarações, como setores do PT afirmaram que o discurso foi insuficiente.

Com informações da Agência O Globo.