| 26/12/2001 21h37min
Disposto a marcar pontos para tentar se manter no poder depois de março, o presidente provisório da Argentina, Adolfo Rodríguez Saá, fez na tarde desta quarta-feira, dia 26, um discurso de forte tom populista na sede da Central Geral dos Trabalhadores (CGT). Ovacionado por centenas de trabalhadores aos gritos de "Adolfo, querido, o povo está contigo", ele afirmou que o governo não dolarizará a economia, nem desvalorizará sua moeda.
A dolarização, afirmou Saá, significaria entregar a soberania nacional e beneficiaria poucos setores em detrimento da grande maioria da população. A desvalorização significaria diminuir o salário dos trabalhadores na proporção da perda do valor do peso argentino. A nova moeda a ser criada no país permitirá gerar planos de justiça social, afirmou.
O presidente disse também que o governo vai mandar um projeto de lei ao Congresso para abolir a lei que flexibilizou as regras trabalhistas, aprovada no governo anterior. Antes de se dirigir à sede da CGT, os presidentes dos dois maiores sindicatos do país foram à Casa Rosada para buscar Saá e seguir com ele até o sindicato. Esse forte sinal de apoio dos sindicalistas ao novo presidente deve servir para que o governo acelere as novas medidas econômicas e os planos sociais sem grande interferência dos trabalhadores que, nos últimos dois anos, decretaram oito greves gerais contra o governo De la Rúa.
Rodríguez Saá anunciou ainda que enviará projeto de lei ao Parlamento para limitar a US$ 2,4 mil (ou pesos) as aposentadorias do funcionalismo público e devolverá o desconto de 13% dos salários dos aposentados, aplicado desde julho.
O peronista Rodríguez Saá foi eleito dia 23 de dezembro pelo Congresso para assumir a Presidência até que sejam convocadas as eleições de 3 de março para completar o mandato do ex-presidente Fernando de la Rúa, que se encerraria em dezembro de 2003. Os partidos políticos argentinos deverão indicar os candidatos que disputarão as eleições argentinas até 3 de janeiro.
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