O deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) começou a preparar o que considera o discurso da cassação do mandato parlamentar pelo plenário da Câmara. Jefferson disse ao presidente nacional do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), que pretende apresentar da tribuna a lista dos deputados que, supostamente, recebiam a mesada de R$ 30 mil – o chamado mensalão – para participar da base de apoio do governo federal. O deputado do PTB foi recebido por Bornhausen na noite de terça-feira, no apartamento funcional do senador, em Brasília. Os dois parlamentares tiveram uma longa conversa.

O presidente nacional do PFL afirmou, em declaração para a página do partido na Internet, que sempre teve um relacionamento cordial com Jefferson, presidente nacional licenciado do PTB. Jefferson disse a Bornhausen, segundo revelaram fontes do PFL, que reuniu todas as provas necessárias para enfrentar o deputado José Dirceu (PT-SP) numa acareação, seja no Conselho de Ética da Câmara ou na CPI do Mensalão. O deputado do PTB acusa Dirceu de ser mentor e coordenador da corrupção na administração federal, de onde sairiam os recursos para o aliciamento das bancadas aliadas.

Assim como antecipou que o depoimento ao Conselho de Ética seria um "tsunami político", Jefferson acredita que agora poderá dividir a crise "em antes e depois" do que pretende fazer. Ele teria dito que não deseja mais poupar ninguém, nem mesmo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a quem sempre preservou desde a revelação dos escândalos.

Jefferson procurou Bornhausen com o objetivo de saber quais os limites a que o PFL julga que é possível chegar nas investigações. Ouviu do senador que o PFL não quer pedir investigação de Lula, mas também não se dispõe a encobrir denúncias, seja quem for o alvo.
 
As informações são do jornal Zero Hora.