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 | 21/07/2005 17h57min

Lula conclui reforma ministerial e fala sobre dificuldade de trocas

Presidente destacou relação de proximidade com Olívio

Após uma longa discussão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pôs fim ao impasse que envolveu a reforma ministerial. Em seu discurso, Lula deixou clara a relação próxima que mantém com o gaúcho Olívio Dutra, que deixa o Ministério das Cidades.

– Esse é um companheiro hors concours de primeira hora do PT, companheiro lá dos anos 70 – disse o presidente, visivelmente abatido.

O presidente acrescentou que os dois têm uma relação mais estreita do que a de irmãos e brincou "a gente só não entrelaça os nossos bigodes".

Durante a cerimônia, o presidente Lula mencionou a possibilidade de Olívio ser candidato do PT ao governo do Rio Grande do Sul, embora o ex-ministro das Cidades negue. Na última semana, Olívio havia dito à Rádio Gaúcha que não autoriza ninguém a lançar sua candidatura. A afirmação do presidente foi feita diante dos também ministros Tarso Genro e Miguel Rossetto, também cogitados para a disputa estadual.

Para substituir Olívio Dutra, assume Márcio Fortes de Almeida, indicado para o cargo pelo presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), presente à cerimônia de anúncio. Tomaram posse hoje os novos ministros da Previdência, Nelson Machado, e da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende. Rezende assume no lugar de Eduardo Campos (PSB-PE). Machado substitui Romero Jucá (PMDB-RR).

Lula não descartou novas mudanças na Esplanada dos Ministérios:

– Nunca o presidente pode dizer que a reforma ministerial terminou porque um ministro pode pedir para sair.

Mais uma vez, Lula trouxe o futebol como exemplo para explicar o desconforto daqueles que deixam o governo. Disse que um jogador que está em campo sempre sai resmungando quando o técnico o troca.

 – A coisa mais fácil na relação humana é convidar alguém para ser ministro e a pior coisa do mundo é você dizer que precisa substituí-lo – acrescentou.

Sobre a presença incomum de Severino no ato, o presidente disse que é a demonstração de que o governo está construindo com o Congresso uma relação sólida. 

Na cerimônia, o governo anunciou a criação da Super-Receita.

 
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