| 18/07/2005 14h36min
Em junho, foram devolvidos por insuficiência de fundos 19,1 cheques a cada mil compensados, em todo o país. Esse número representa uma alta de 30,8% na comparação com junho de 2004, quando foram registrados 14,6 cheques sem fundos por mil. Os dados foram divulgados hoje pela Serasa.
Segundo a empresa, o levantamento mostra que o volume de cheques sem fundos ficou estável nos últimos três meses. Em maio foram devolvidos 19,2 cheques a cada mil e, em abril, 19 cheques a cada mil compensados. De acordo com a Serasa, no mês passado, foram devolvidos 3,1 milhões de cheques de um total de 162,1 milhões de compensados.
Para André Chagas, assessor econômico da Serasa, desde março, o país apresenta um novo patamar de cheques sem fundos.
– No ano passado, o patamar era entre 16 e 17 cheques sem fundos em cada grupo de mil. Desde março, esse número passou para cerca de 20. Trata-se de uma nova realidade da conjuntura econômica – diz Chagas.
Ele explica que esse aumento da inadimplência é reflexo da estagnação da renda e da melhoria tênue do emprego, que não compensaria os aumentos de impostos e de alguns bens, além do crescimento constante do endividamento das famílias.
No primeiro semestre do ano, o indicador de cheques sem fundos registrou alta de 13,7% em relação ao mesmo período de 2004. No total, foram devolvidos 18,2 cheques a cada mil compensados, contra 16 cheques sem fundos a cada mil nos primeiros seis meses de 2004. De acordo com o levantamento da Serasa no primeiro semestre de 2005 foram compensados 980 milhões de cheques, dos quais 17,9 milhões não tinham fundos. No mesmo período do ano anterior, o número de cheques compensados somou 1,04 bilhão, sendo 16,7 milhões de cheques devolvidos.
Chagas acredita que o número de cheques sem fundos tende a se manter estável até o final do ano. Para ele, apesar de estar em um patamar mais elevado do que o ano passado, a inadimplência não chega a assustar porque ainda se mantém em torno de 2% do volume total de cheques.
– Mas o cenário pode mudar, caso a crise política atinja o presidente e o ministro da Fazenda – ressalta o assessor econômico da Serasa.
As informações são da Agência O Globo.
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