| 12/07/2005 23h57min
Na sessão desta terça-feira da CPI dos Correios, os parlamentares decidiram investigar uma outra denúncia. Camisetas com logomarca da estatal teriam sido usadas na campanha eleitoral do ano passado.
O candidato a vereador que distribuiu a camiseta, em Belo Horizonte, diz que sabia que havia a marca da estatal e que recebeu as camisetas da coordenação do PTB em Minas Gerais. Ele mostra a nota fiscal para comprovar que a compra foi feita pelo partido.
– São camisetas refugadas, da Ematex Têxtil, que ela tinha vendido para os Correios. Os Correios não aceitaram as camisetas por algum motivo, são camisetas de segunda linha, foram devolvidas para a Ematex. A Ematex vendeu para o PTB – disse Cássio Almeida, candidato nas últimas eleições.
O coordenador do PTB em Minas Gerais confirma a compra. Na nota fiscal, o registro de "camisetas carteiro", que segundo ele também foram distribuídas para os comitês de duas cidades do interior.
– Não houve financiamento de campanha, ou de material de campanha do PTB. Não e até porque empresas públicas não podem financiar campanhas, é proibido pela Justiça eleitoral – afirmou Robson Ferreira, coordenador do PTB-MG.
Em nota oficial, os Correios informaram que tomaram conhecimento da venda das camisetas para comitês de campanhas em seis cidades de Minas Gerais. Segundo a estatal, em setembro do ano passado, as empresas Ematex E PTL, fabricantes das camisetas, foram notificadas extra-oficialmente que a venda era considerada uma infração. Os Correios também entraram com uma ação no Ministério Público Federal. O representante da Ematex confirmou a venda das camisetas recusadas pelos Correios.
– Num determinado momento, às vésperas da eleição, chegou um vendedor aqui e falou que tinha um cliente para aquelas camisetas. E fizemos isso acreditando que não estávamos fazendo nada ilícito – contou Aroldo Teodoro Campos, diretor da Ematex.
A camiseta mostrada na CPI dos Correios, em Brasília, é de um candidato a prefeito do PPS em Patrocínio, no interior de Minas. Em nota, o partido afirma que a camiseta faz parte de um lote rejeitado pelos Correios e devolvido ao fabricante. Afirma ainda que o fabricante cobriu o logotipo com uma tarja e ofereceu a camiseta a um preço abaixo do mercado. Segundo o partido, a compra pode ser comprovada por nota fiscal. Segundo o PPS, a denúncia de que camisetas dos Correios teriam sido usadas na campanha do candidato a prefeito de Patrocínio já foi julgada improcedente e arquivada pela Justiça Eleitoral, em Minas. A empresa Ematex informou que não recebeu nenhum ofício dos Correios que impedisse a venda das camisetas
As informações são da agência O Globo.
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