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 | 10/07/2005 19h27min

Telemar explicará sociedade com empresa do filho de Lula

Enriquecimento de Fábio é tema de reportagem da revista Veja neste domingo

A Telemar informou neste domingo, por meio de sua assessoria de imprensa, que está à disposição da Câmara dos Deputados para fornecer explicações solicitadas sobre a sociedade entre a companhia telefônica e a empresa de Fábio Lula da Silva, filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O consultor e sócio da Trevisan, Richard Dubois, também disse que o Grupo Trevisan irá dar todos os esclarecimentos sobre a operação. Ele foi o responsável pela negociação entre as duas empresas.

Em nota, a Petros informou que não possui nenhum representante no Conselho de Administração da Telemar e, muito menos, na direção da empresa. "Portanto, é totalmente falsa a ilação de possível influência nos negócios da empresa", afirma o comunicado.

O enriquecimento de Fábio é tema de reportagem da revista Veja neste domingo. Em dois anos, os R$ 50 mil investidos na criação de uma empresa se transformarem em R$ 5,2 milhões – somados os capitais das outras duas firmas criadas nesse período. A responsável por injetar a quantia que fez do filho do presidente sócio de um negócio milionário foi a Telemar, empresa privada, mas com grande participação de capital público.

As ligações da companhia telefônica com a Gamecorp, que tem Fábio como um dos sócios, foram esmiuçadas na reportagem de Veja. Metade do investimento da Telemar foi destinado para a compra de 35% das ações da Gamecorp. A outra metade garantiu à empresa telefônica a exclusividade do conteúdo produzido pela Gamecorp: programas de games para TV e conteúdo para telefone celular. 

Segundo a revista, a investida do filho do presidente no ramo dos jogos eletrônicos começou em dezembro de 2003. Em sociedade com os irmãos Kalil e Fernando Bittar – filhos do ex-prefeito de Campinas e amigo de Lula Jacó Bittar, hoje conselheiro da Petros –, Fábio investiu R$ 50 mil na criação da G4. Os irmãos desembolsaram R$ 25 mil cada para somar o capital inicial de R$ 100 mil.

Quase um ano depois, a empresa se associou à Espaço Digital, do ramo de propaganda, na criação da holding BR4. A nova sociedade criaria programas de games para a TV. Para buscar parceiros para o projeto, a BR4 pediu assessoria da Trevisan Associados, dirigida pelo consultor Antoninho Marmo Trevisan, amigo de Lula e nomeado pelo presidente integrante da Comissão de Ética Pública. Em junho de 2004, o projeto passou a ser oferecido a bancos e fundos de investimentos.

Em dezembro do ano passado, a Telemar investiu R$ 2,5 milhões na BR4. Outros R$ 200 mil saíram da Espaço Digital, a título de bens e direitos, somando um capital de R$ 2,7 milhões. No mesmo período foi criada a Gamecorp, que teve seu capital ampliado para R$ 5,2 milhões com um novo investimento da Telemar feito em janeiro deste ano: R$ 2,5 milhões pela compra de 35% das ações em uma operação de debêntures. Com 40 funcionários, a Gamecorp produz atualmente conteúdo para programas exibidos na Band e na Mix TV. O material passará a ser usado pela Oi, empresa de telefonia móvel da Telemar até o fim do ano.

Com informações das agências O Globo, EFE e de Zero Hora.

 
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