Não adianta o PT resistir. A CPI dos Correios vai voltar a pôr em votação a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico do ex-ministro José Dirceu (PT-SP), do presidente José Genoino, do ex-tesoureiro Delúbio Soares e do ex-secretário-geral do PT Sílvio Pereira.

Para evitar o desgaste político de ter seus sigilos quebrados, os quatro enviaram faxes à comissão autorizando a abertura das informações. Mas a oposição, com o apoio do presidente Delcídio Amaral (PT-MS), entende que pode haver problemas jurídicos, e quer a votação para formalizar o gesto político.

O embate mais duro entre petistas e oposição se dará na votação da quebra dos sigilos do PT, na próxima semana. Com a abertura das contas do partido, vão ser investigados todos os empréstimos, destinação dos recursos, relação com empresas privadas e públicas e com partidos e parlamentares.

Uma das linhas de investigação será averiguar se esses empréstimos bancários sem garantia não são uma forma de "lavar" restos de campanha. 

– A votação da quebra do sigilo do PT vai ser uma guerra, porque é o mais polêmico. Vamos poder ver os caminhos da movimentação, da origem e destino dessa dinheirama toda que passou pelo PT – disse o deputado ACM Neto (PFL-BA). 

– Vai ser uma confusão danada. Com as contas do PT abertas, poderemos averiguar se as dívidas realmente existem, se os empréstimos aconteceram de fato e como se deu o ingresso desses recursos na contabilidade do PT – explicou o deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR).

No início da semana que vem, o presidente Delcídio Amaral vai apresentar uma agenda de trabalho para as próximas semanas. Como estão aparecendo várias vertentes de investigação, ele vai propor a criação de várias sub-relatorias para subsidiar o trabalho do relator Osmar Serraglio (PMDB-PR).

Na terça e quarta-feiras vão ser ouvidos os diretores dos Correios, e os dirigentes da empresa de correio aéreo noturmo Skymaster. A oposição vai insistir para que já na próxima quinta-feira seja ouvido Delúbio Soares. Delcídio prometeu que até o dia 20 ele marca os depoimentos de Sílvio Pereira, José Genoino e José Dirceu.

As informações são da agência O Globo.