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 | 08/06/2005 07h49min

FH orienta tucanos a evitar radicalização

Ex-presidente conduz manobras para amenizar o discurso do partido

A idéia de ver o Palácio do Planalto pegar fogo com as denúncias de propina e pagamento de suborno está longe de compor a estratégia momentânea do PSDB, o principal partido de oposição ao governo do PT. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) conduz pessoalmente as manobras que visam a amenizar o discurso nos dias de maior fragilidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Os tucanos operam com o raciocínio de modular o tom e evitar a radicalização. Sem perder a postura de cobrança, o plano é exigir investigações com serenidade e não pedir o impeachment do presidente. Orientados por Fernando Henrique, dirigentes do PSDB deixaram o fatalismo de lado e adotaram um comportamento mais sereno para se credenciar como "oposição responsável", mirando 2006.

– Não vamos ceder às tentações desestabilizadoras – teria dito o ex-presidente aos liderados.

Em artigo publicado no último domingo, dia 5, em Zero Hora, Fernando Henrique analisou a crise provocada pela seqüência de denúncias e, diplomaticamente, disse não estar "torcendo pelo quanto pior melhor". O ex-presidente afirmou que o PT estava sendo inábil na condução da crise, o que poderia "tornar sistêmica o que é uma crise conjuntural."

Em uma ação conjunta no Senado, PSDB e PFL reafirmaram o compromisso de que farão oposição responsável, mas afinaram o discurso na cobrança de providências contra a corrupção. Numa reunião nessa segunda, dia 6, repetiram que não colaborarão com o agravamento da situação política. Mas, da tribuna, cobraram medidas imediatas que sinalizem disposição de apurar todas as denúncias de corrupção e o afastamento da administração pública de todos que estejam sob suspeição.

– O governo está praticamente encurralado com denúncias que se avolumam, deixando transparecer que existe uma corrupção endêmica no país, organizada em todos os escalões. Nunca pensei em ver o presidente Lula numa situação dessa. Por isso é necessário que ele faça uma limpeza geral no governo e em seu partido – defendeu o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) da tribuna.

As informações são do jornal Zero Hora.

Veja as imagens dos personagens da crise

 
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