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 | 12/05/2005 16h41min

Deputados aliados preparam ofensiva contra o PT

Siglas menores querem evitar passar por processo semelhante ao de Rebelo

Irritados com o comportamento do PT na discussão sobre a articulação política do Congresso, líderes dos partidos governistas na Câmara preparam uma ofensiva sobre os petistas e uma série de reivindicações ao Palácio do Planalto. Os líderes aliados, com exceção do PT, iniciam um processo para afinar seus interesses na terça-feira da próxima semana em um almoço, que deveria ter ocorrido nesta quinta-feira.

– Nós queremos mudar a relação do governo com a base. O Partido dos Trabalhadores tem que compreender que temos uma sociedade heterogênea. Essa relação deve respeitar a característica de cada partido e cada partido não pode reduzir seu tamanho no governo – defendeu o líder do PSB na Câmara, deputado Renato Casagrande (ES).

A ofensiva tem um objetivo claro: as siglas menores temem passar por um processo de fritura parecido com o qual vem sofrendo pelos últimos reveses no Congresso o ministro da Coordenação Política, Aldo Rebelo, que é do PCdoB. Apesar de Rebelo ser a ponte do Palácio do Planalto com o Congresso, os líderes poupam o ministro e preferem culpar de maneira genérica a má relação do governo com os partidos aliados para as recentes derrotas, como a convocação do ministro José Dirceu (Casa Civil) por uma comissão do Senado e a derrota de Sérgio Renault, secretário da reforma do Judiciário, preferido do governo para integrar o Conselho Nacional de Justiça.

– Não adianta culpar o Aldo. O PT tem que entender que o governo não é só o PT – limitou-se a dizer Casagrande.

O líder do governo Arlindo Chinaglia (PT-SP) reagiu à investida e afirmou que setores do PT "defendem que a coordenação política de governo não deve ficar dissociada da coordenação partidária".

Petistas explicam que o problema atrás de Aldo é seu pequeno amparo parlamentar por ter vindo do PCdoB, cuja bancada na Câmara é de nove deputados. Uma fonte do governo usou um exemplo inusitado. Disse que a autoridade de um ministro não vem do cargo, mas de seu partido e de sua postura. O exemplo dado foi do próprio "gerentão" José Dirceu.

O ministro Luiz Gushiken (Comunicação de Governo) defendeu abertamente a saída de Aldo em evento no Rio de Janeiro nesta semana. A cúpula petista ficou irritada com os comentários do ministro e classificou de "um erro", que pode ter um efeito inverso, ou seja, manter o comunista no cargo.

As informações são da agência Reuters.

 
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