Os governos da Argentina e do Brasil acertaram nesta sexta, 6, fazer nos próximos dias uma série de reuniões para superar os conflitos políticos e comerciais entre ambos países, sócios no Mercosul junto com Paraguai e Uruguai.

A cúpula da União Industrial Argentina anunciou nesat sexta que na próxima segunda se reunirá em Brasília com os ministros brasileiros de Relações Exteriores, Celso Amorim, e de Indústria e Desenvolvimento, Luiz Furlan.

Enquanto isso, fontes oficiais asseguraram que as controvérsias bilaterais serão um dos assuntos tratados pelos presidentes da Argentina, Nestor Kirchner, e Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, em reunião prevista para a próxima terça em Brasília. Na reunião entre Kirchner e Lula, que ocorrerá paralelamente à Cúpula de Países Sul-americanos e Árabes na capital brasileira, estarão presentes também os ministros de Economia e os chanceleres dos dois países, indicaram.

Além disso, nesta sexta se informou em Buenos Aires que o chanceler argentino, Rafael Bielsa, foi convidado por Amorim para uma reunião em Brasília, no dia 20 de maio, para tratar "distintos aspectos da relação bilateral".

A Argentina ameaça aplicar impedimentos à entrada de calçados brasileiros e reclama avançar em medidas de salvaguarda comercial para impedir que uma "avalanche" de importações desde o Brasil cause danos à indústria nacional. Nos últimos dias, as autoridades argentinas se queixaram das "assimetrias econômicas" que favorecem o Brasil e além disso expressaram suas divergências com a política externa do país vizinho na região.

– Vamos defender a posição que o Mercosul serve, mas que tem que atribuir um papel industrial para a Argentina – disse o presidente da União Industrial, Hugo Méndez, ao anunciar a reunião de segunda-feira com os ministros Amorim e Furlan.

Méndez fez estas declarações após liderar a delegação empresarial que se reuniu com o secretário argentino de Indústria, Miguel Peirano, para analisar o comércio bilateral com o Brasil.

As informações são da agência EFE.