| 19/04/2005 15h20min
O presidente deposto do Haiti, Jean-Bertrand Aristide, pediu nesta terça, dia 19, sua recondução à liderança do país caribenho e um diálogo nacional para abrir o caminho para eleições livres e justas. Aristide acusou os Estados Unidos, a França e outros a quem ele responsabiliza por sua expulsão de instigar um "holocausto negro" no Haiti e de terem uma política racista. Em rara entrevista coletiva no seu exílio na África do Sul, Aristide pediu o fim da repressão que, segundo ele, já matou milhares de pessoas no ano último ano.
– As contínuas manifestações pacíficas pedindo meu retorno e a restauração da ordem constitucional precisam ser ouvidas. A população votou por um presidente e o quer de volta. Eu os apóio porque é justo – disse.
Aristide foi forçado a deixar o Haiti há 14 meses em meio a uma rebelião armada e sob pressão de Washington e Paris. Aristide afirmou ainda que sua expulsão, vista por ele como um golpe, não conseguiu trazer de volta a paz e que seu país, de 8 milhões de habitantes, ainda está sofrendo 200 anos após a independência.
No fim de semana, funcionários do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) disseram que viam favoravelmente um pedido do Haiti por mais forças de manutenção de paz. Mas embaixadores expressaram sua preocupação sobre as fortes divisões entre os numerosos partidos políticos haitianos antes das eleições programadas para novembro.
O conselho pressionou o governo interino do Haiti a manter o cronograma da eleição e a tomar uma posição mais dura contra a violência por grupos armados em partes do país, alguns deles acusados de serem leais a Aristide. O atual primeiro-ministro, Gerard Latortue, disse que seu governo faria as eleições no tempo previsto, porém afirmou que mais policiamento internacional seria necessário para garantir a segurança durante a campanha.
As informações são da Reuters.
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