| 12/04/2005 20h20min
O corregedor-geral da Receita Federal, Moacir Leão, informou nesta terça, 12, que já foi aberto inquérito administrativo para apurar o envolvimento de pelo menos cinco servidores do Rio Grande do Sul e de mais um de outro Estado com a venda de créditos ilegais para empresas, em fraudes contra a Receita.
Leão disse que o nome dos servidores foi apontado durante auditoria interna e que eles não foram afastados, mas tiveram suas senhas de acesso ao sistema canceladas. Além da venda de créditos ilegais e da concessão de certidões negativas a empresas irregulares, os servidores repassavam informações sigilosas aos integrantes da organização criminosa que vinha fraudando a Receita Federal desde 1997 e que foram presos pela Polícia Federal na Operação Tango.
Confirmados os crimes de improbidade e contra a ordem tributária, os envolvidos poderão ser condenados a penas superiores a quatro anos de prisão.
O golpe, descoberto pela Polícia Federal, soma mais de R$ 1,5 bilhão.
A Polícia Federal abriu, na tarde desta terça, dezenas de malotes apreendidos na Operação Tango. Num deles, localizado em São Paulo, na casa do suposto advogado Rene Cabral, foram encontradas dezenas de esmeraldas. O valor em pedras preciosas não foi calculado. Os policiais também encontraram documentos, US$ 40 mil, R$ 190 mil, além de computadores.
Um dos detidos foi ouvido, mas a polícia não revelou detalhes. Nove detidos estão no Presídio Central, os demais seguem sob custódia na sede da Polícia Federal.
Treze pessoas foram presas em cinco Estados brasileiros e no Distrito ederal, envolvidas com as fraudes. De acordo com a Assessoria de Comunicação da Polícia Federal, foram presos em Porto Alegre o líder da quadrilha, o argentino César Arrieta, Roberto Fabrim, a mulher de Arrieta, a advogada tributarista Sônia Soder.
No Rio de Janeiro, a polícia prendeu Sigfriend Franz Griesbach e Paulo Renato Primo. Em Brasília, foram presos Rosa Habibe, Levi Soares e Luiz de Almeida Abadie, deputado estadual no Rio Grande do Sul na década de 80 e ex-presidente do Banrisul. Em São Paulo, estão presos Márcio Pavan e René Cabral e em Araçatuba (SP), Marcelo Batista e Ricardo Godoy. Em João Pessoa, Fábio Magno Fernandes. A operação é comandada pelo delegado Alexandre Isbarrola, titular da Delegacia de Repressão à Lavagem de Dinheiro e Crimes Financeiros.
As investigações começaram a ser realizadas em 2002 pelo Núcleo de Repressão a Crimes Financeiros e Lavagem de Dinheiro da Polícia Federal no Rio Grande do Sul, em Santa Maria, no interior do Estado. Na época, um grupo liderado por Arrieta encaminhou pedido de restituição de R$ 75 milhões, quantia considerada muito elevada para o porte da cidade.
Com informações da Rádio Gaúcha e Agência Brasil.
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