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 | 03/04/2005 03h15min

Próximo papado pode ter marcas do Terceiro Mundo

Brasileiro está na lista de favoritos a comandar Igreja Católica

Poucas instituições desempenharam um papel tão amplo quanto a Igreja Católica na moldagem da face de diversos países do Terceiro Mundo. A região que abriga cerca de dois terços dos 1,1 bilhão de católicos do mundo pode passar a deixar marcas no próximo papado.

Cardeais da Améria Latina, da África e da Ásia podem desempenhar um papel decisivo tanto na escolha do sucessor do papa João Paulo II quanto na definição de suas prioridades. Alguns desses religiosos estão ainda na lista dos favoritos para suceder o Pontífice.

Um dos cotados é o cardeal hondurenho Oscar Andres Rodriquez Maradiaga. Ele sugeriu a nomeação de um latino-americano em uma entrevista.

– Um papa do Sul Global poderia ser uma ferramenta da providência para pelo menos diminuir o conflito Norte-Sul, se não solucioná-lo – declarou ao jornal alemão Berliner Zeitung.

Mas a posição de um papa do Terceiro Mundo em questões envolvendo a readmissão de divorciados católicos à comunhão – uma das reformas que os liberais nos Estados Unidos e da Europa querem ver – seria provavelmente mais conservadora do que muitos católicos no hemisfério norte desejariam.

– Está muito claro que o mundo católico hoje está no Terceiro Mundo, e sua agenda é muito diferente daquela na Europa e nos Estados Unidos – explica José Oscar Beozzo, padre e acadêmico que lidera o Centro Ecumênico para Serviços Evangélicos e Educação Popular de São Paulo (CESEP).

No início do último século, 70% dos católicos do mundo estavam na Europa. Atualmente, 42% deles estão na América Latina, 12% na África e 11,5% na Ásia. Conforme esses números aumentam, a representação na hierarquia da igreja sofre alterações. Cerca de 41 dos 117 cardeais com direito a votar pelo novo papa são do Terceiro Mundo, a maioria da América Latina.

A lista de possíveis novos Papa é completada pelos cardeais Cláudio Hummes (Brasil), Francis Arinze (Nigéria), Nicolas de Jesus Lopez Rodriguez (Santo Domingo) e Jorge Mario Bergoglio (Argentina).

As informações são da agência Reuters.

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