O Congresso boliviano deve rejeitar o pedido do presidente Carlos Mesa para antecipar as eleições para que alguém possa substitui-lo, disseram parlamentares nesta quinta, dia 17. Mas Mesa pode renunciar de qualquer maneira pela frustração com a instabilidade política e social no país.

Mesa pediu ao Congresso nesta semana que antecipe as eleições presidenciais para agosto, dois anos antes do previsto, dizendo que a Bolívia está no caminho de um "suicídio coletivo" em meio a protestos de rua contra seu mandato que paralisaram a economia.

Os protestos diminuíram desde então, e alguns legisladores disseram que vão apoiar o presidente. Entretanto, promessas similares malograram quando um movimento de direitos humanos da maioria indígena pobre tornaram a política bastante instável.

– Analisamos a proposta de Carlos Mesa e ela é incoerente e inconstitucional – disse Ana Maria Flores, senadora do partido Nova Força Republicana, segundo o jornal La Razon.

A proposta de Mesa também pede novas eleições para o Congresso, o que significa que os legisladores estão renunciando se votarem a favor.

– Se ele quiser reduzir seu mandato vai ter que renunciar– disse Flores.

Mesa não afirmou que renunciaria se o Congresso rejeitasse a antecipação das eleições. Alguns analistas políticos disseram que ele poderia optar por permanecer depois que manifestantes indígenas suspenderam os bloqueios em estradas que interromperam o abastecimento de comida em algumas cidades.

O presidente, que tem alta taxa de aprovação do povo mas pouco apoio no Congresso, disse na terça-feira que não poderia mais governar com os legisladores "atando minhas mãos a cada ação". Ela já havia ameaçado sair na semana passada.

As informações são da agência Reuters.