Em audiência pública realizada nesta quarta, dia 16, na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado, o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, afirmou que o panorama em 2005 é negativo para a produção de soja, algodão, arroz, milho e trigo. Rodrigues defendeu a liberação de R$ 1 bilhão de recursos orçamentários adicionais para ações de apoio à comercialização da safra, além da necessidade de m ais R$ 300 milhões para a capitalização das cooperativas de regiões atingidas pela seca.

– O agronegócio como um todo não está em crise. Setores como carnes, açúcar, café, laranja, estão vivendo um momento mais positivo do que outros setores que estão mal, que são soja, algodão, arroz, milho e trigo. Esses setores têm dificuldades e nós precisamos criar as condições para que elas sejam transpostas rapidamente para que o setor do agronegócio como um todo não perca a velocidade que vem tendo nos últimos anos de garantir a alavancagem da economia brasileira – afirmou o ministro.

Rodrigues informou que no ano passado foram destinados R$ 247 milhões para apoiar a comercialização e garantir os preços mínimos e a renda dos produtores. Neste ano os recursos alocados somam R$ 527 milhões e ainda assim são insuficientes, segundo o ministro.

De acordo com Roberto Rodrigues, a combinação de custos crescentes do agronegócio com queda dos preços, endividamento decorrente dos investimentos mais a queda na produção resultante da seca tem como conseqüência a perda na renda do produtor. Conforme o ministro, para cada milhão de toneladas de grão colhido a menos há uma perda de R$ 500 milhões na renda do produtor.

– Se perdermos 10 milhões de toneladas, serão R$ 5 bilhões a menos – afirmou Rodrigues, referindo-se às possíveis perdas na safra de grãos que poderão advir da seca.

Apesar disso o ministro ressaltou que é possível que a perda do Produto Interno Bruto (PIB) dos cinco produtos seja compensada em parte pelos outros produtos.

As informações são do Ministério da Agricultura.