Começa nesta quinta, dia 10, na Federação da Agricultura do Estado (Farsul), a organização de uma manifestação a ser realizada no município gaúcho de São Gabriel no próximo dia 28 para sensibilizar sociedade e autoridades públicas para os problemas na pecuária de corte.

A mobilização foi definida nesta terça em reunião da Comissão de Pecuária de Corte e Indústria da Farsul, quando foram apresentadas a estimativa de perdas e propostas emergênciais para aplacar a crise acentuada pela estiagem. Com representantes de produtores do Estado, principalmente da Metade Sul e do Campos de Cima da Serra, o encontro reuniu 50 pessoas. Conforme estimativa do setor, os prejuízos com a seca até 28 de fevereiro chegam a R$ 678 milhões, devido à redução no índice de natalidade e de pesos, em terneiros, novilhos e vacas invernadas.

– O cálculo foi feito em cima da pecuária que ia ser comercializada no curto prazo – explica Fernando Adauto Loureiro de Souza, presidente da Comissão de Pecuária de Corte e Indústria da Farsul.

Conforme Adauto, o setor enfrenta problemas com a produção sendo negociada a um preço muito baixo. A desvalorização do dólar e a queda no consumo interno seriam as causas. Produtores de Campo Grande e Cuiabá já estariam se organizando para avaliar a crise em reuniões este mês.

– No Rio Grande do Sul, com a seca, o problema ficou grave – diz Adauto, apontando que todas as propostas definidas na reunião refletem o desespero dos produtores.

A Comissão de Pecuária de Corte e Indústria da Farsul pretende sugerir às autoridades federais e estaduais a criação de uma linha de crédito emergencial para a retenção de matrizes no valor de R$ 400 milhões, com prazo de três anos, carência de um e juros de 4,5% ao ano, crédito no valor de R$ 15 milhões para a venda em feiras oficiais de outono, prorrogação dos financiamentos, cujo os vencimentos ocorrerão durante este ano e a redução do peso dos terneiros em 20 quilo por cabeça, por categoria, para as feiras oficiais.

As informações são de Zero Hora.