| 07/03/2005 07h25min
O presidente da Bolívia, Carlos Mesa, renunciou ao cargo nesse domingo, dia 6, em um pronunciamento de rádio e TV. O pedido será entregue ao Congresso nesta segunda, dia 7.
O presidente responsabilizou o deputado Evo Morales, líder do Movimento ao Socialismo e o dirigente da Federação de Juntas Municipais, Abel Mamani, pelo clima de incerteza do país com o bloqueio de estradas e a paralisação da indústria petrolífera, com os campos de produção cercados por militantes.
– Cheguei ao limite no meu trabalho – declarou Mesa, acrescentando que seu governo enfrentou 820 protestos desde que assumiu, em outubro de 2003. – Não estou disposto a matar. Sou um homem de palavra. Não chamaremos policiais e militares.
Segundo ele, autoridades não conseguiriam controlar um protesto nacional destinado a forçar mudanças nas regras que governam os recursos de gás natural do país e que deve ocorrer nos próximos dias.
O ministro José Galindo disse que o futuro político do país deverá ser definido pelo Congresso. Se ele aceitar a renúncia de Mesa, um líder interino poderá assumir ou novas eleições poderão ocorrer antes do final do mandato presidencial, em 2007.
Mesa, um político independente, era vice-presidente quando assumiu o poder, depois do presidente Gonzalo Sánchez de Lozada fugir do país durante uma sangrenta revolta popular que deixou 67 mortos e centenas de feridos. Lozada planejava exportar gás boliviano através do Chile, o que provocou violentos protestos.
Pesquisas mostravam que Mesa era popular. Cerca de 1 mil pessoas reuniram-se do lado de fora do palácio presidencial em La Paz para expressar apoio a ele após o pronunciamento.
Com informações da agência Reuters e Globo Online.
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