| 25/02/2005 14h04min
O senador Arthur Virgílio (AM), líder do PSDB, apresentou requerimento à Mesa do Senado propondo a aprovação de voto de censura contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para Virgílio, o chefe de estado escamoteou fatos graves levados a seu conhecimento, deixando de tomar providências que, moral e juridicamente, tinha a obrigação de tomar.
O presidente declarou, em solenidade realizada no Espírito Santo, que, ao assumir o governo, teve conhecimento de corrupção praticada na administração anterior e não tomou providências por achar que o fato atingiria a imagem do país.
– Requeiro ademais que esse voto de censura seja enviado ao presidente da Câmara dos Deputados, para instruir pedido a ser formalizado naquela Casa para que o Senado possa processar o presidente da República por crime de responsabilidade – disse.
Na opinião do líder do PSDB, essa declaração, feita num discurso pronunciado na cidade de Jaguaré (ES), se fosse feita pelo presidente dos Estados Unidos levaria a seu impeachment.
– E Sua Excelência, pura e simplesmente, no afã de fazer campanha, no hábito de não governar, no hábito de não sentar na cadeira presidencial para resolver os problemas do país, terminou se mostrando réu confesso de crime de prevaricação – afirmou.
Na opinião de Arthur Virgílio, a única coisa que o presidente da República pode fazer agora é "apresentar, com humildade, uma retratação".
Em defesa do presidente, pronunciou-se o senador Luiz Otávio (PMDB-PA). O presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva não cometeu nenhum crime de que está sendo acusado. Para ele, o presidente, em momento algum, teve a intenção de ofender o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso ou qualquer outro possível candidato nas próximas eleições. Na opinião do senador, o episódio representa uma prévia do pleito do próximo ano.
Luiz Otávio observou que o ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) Carlos Lessa já começou a dar declarações explicando "que não é isso que foi colocado" e o mesmo deverá se repetir, disse o senador, nas explicações a serem dadas pelo ministro da Casa Civil, José Dirceu, e do atual presidente do BNDES, Guido Mantega.
As informações são da agência Senado.
© 2009 clicRBS.com.br ? Todos os direitos reservados.