| 18/02/2005 19h33min
A menos de um mês do início do plantio do trigo no Paraná, a comercialização de sementes está bastante lenta. De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem), Ywao Miyamoto, a queda é resultado de uma conjuntura de preços deprimidos.
– O mercado está parado. O agricultor espera um sinal da política agrícola do governo para o trigo, na expectativa de obter melhores preços no futuro – disse Miyamoto.
Segundo ele, apenas 5% das sementes foram comercializadas até o momento, apesar de o plantio começar em 10 de março no Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul. Na mesma época no ano passado 80% já tinham sido vendidas.
– O produtor vai plantar, mas o tamanho das lavouras dependerá do governo – destacou.
De acordo com Miyamoto, o Paraná, principal produtor de trigo do país, terá à disposição cerca de 175 mil toneladas de sementes para a próxima safra. No ano passado, quando a área atingiu 1,3 milhão de hectares, os produtores do Estado compraram pouco mais de 150 mil toneladas de sementes.
Com a baixa procura a saca de 50 quilos de semente está cotada a cerca de R$ 40, metade do valor registrado em 2004. A redução da cotação, acrescenta Miyamoto, acompanhou também a queda do preço do trigo, negociado atualmente no Paraná a R$ 350 reais por, abaixo do preço mínimo de R$ 400 por tonelada.
Para estimular o plantio no país diante de uma conjuntura de preços baixos entidades agrícolas estiveram reunidas com o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, na última terça. O setor reivindicou um aumento de 22% no preço mínimo, para R$ 490 a tonelada, além da liberação de R$ 1 bilhão para financiamentos e da manutenção dos atuais mecanismos de estímulo à comercialização.
– Os R$ 490 são suficientes apenas para cobrir os custos de produção – afirmou Robson Mafioletti, analista da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar).
O Departamento de Economia Rural da Secretaria de Agricultura do Paraná deve divulgar na semana que vem o levantamento de intenção de plantio do trigo.
– Ainda estamos fazendo o levantamento sobre o plantio, mas considero que deve haver redução da área no Paraná – disse o engenheiro agrônomo Otmar Hubner, opinião compartilhada por Mafioletti.
As informações são da agência Reuters.
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