| 15/02/2005 20h12min
O presidente da França, Jacques Chirac, fez um apelo nesta terça, dia 15, aos países desenvolvidos para que eles reduzam as emissões de gás para 25% dos níveis atuais até 2050, meta que supera as estabelecidas pelo Protocolo de Kyoto, para combater o aquecimento global. Assinado por 141 países, mas rejeitado pelos Estados Unidos, o protocolo entra em vigor na quarta. Seu objetivo é conter o aumento das temperaturas atmosféricas do globo, que, segundo cientistas, pode elevar o nível do mar e acabar com milhares de espécies.
Chirac, que deve discutir a alteração climática com o presidente dos EUA, George W. Bush, na semana que vem, na Bélgica, disse que a cúpula do Grupo dos Oito, que reúne os países mais industrializados do mundo mais a Rússia, programada para julho, será uma oportunidade para fazer avanços na questão. O Protocolo de Kyoto exige que os países cortem a emissão dos gases responsabilizados pelo efeito-estufa – principalmente o dióxido de carbono, liberado pela queima de combustíveis fósseis em usinas termelétricas, nos carros e em fábricas – até um nível 5,2% menor que os de 1990. O prazo para fazer isso é entre 2008 e 2012.
– Precisamos ir mais longe, dividir por quatro as emissões dos gases-estufa dos países desenvolvidos. A próxima cúpula do G8 tem de ser uma oportunidade para avançar nessa direção. A França apóia o desejo da Grã-Bretanha de fazer disso uma prioridade. A Europa tem de continuar dando o exemplo. Quero que a França tente superar seus compromissos de Kyoto sem esperar até 2012 – disse Chirac.
A Organização das Nações Unidas (ONU) já advertiu que o Protocolo de Kyoto representa apenas um pequeno passo na empreitada. Os Estados Unidos, os maiores poluidores do mundo, se retiraram do tratado em 2001, alegando que prejudicaria a economia e que exime os países em desenvolvimento de cumprir metas até 2012.
– Nosso primeiro objetivo este ano precisa ser recolocar os Estados Unidos no esforço internacional para combater a alteração climática – disse Chirac.
O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, disse no fim-de-semana que será o maior desafio da Grã-Bretanha nos próximos meses convencer Washington a aderir aos esforços contra o aquecimento global.
As informações são da agência Reuters.
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