| 09/02/2005 15h
A produtividade da soja em Primavera do Leste, no Mato Grosso, está ameaçada pela ferrugem asiática. De acordo com o Sindicato Rural e a Secretaria de Agricultura do município, a média de produção deve chegar a um máximo de 45 sacas por hectare. Em algumas propriedades a quebra pode ser ainda maior, com produtividade de menos de 30 sacas por hectare.
José Nardes, do Sindicato Rural de Primavera, e Valdir Machado, secretário de Agricultura, estão preocupados com os altos custos para o controle da ferrugem asiática nas lavouras da região, e calculam que só para controlar a doença o produtor irá consumir 11,5 sacas de soja por hectare. A estimativa leva em conta a cotação do dólar em R$ 2,61 e o valor da saca a R$ 22,50.
A maioria dos sojicultores de Primavera do Leste terá que fazer quatro aplicações de fungicida até a colheita a um custo médio de US$ 100 por hectare, mas há casos de produtores que chegarão a fazer até seis aplicações para manter a doença sob controle, elevando seu custo de produção.
Um dos fatores para que a doença tivesse avançado rapidamente sobre as lavouras da região foi o clima quente e chuvoso, propício para o desenvolvimento fúngico. Nardes explica que o tempo dificultou a aplicação dos produtos químicos e, com isso, parte dos produtores perdeu o controle sobre a ferrugem asiática. A doença se manifestou pela primeira vez na região há dois anos.
Além das despesas com defensivos agrícolas para controlar o fungo, os produtores também estão tendo um custo maior com adubo, que sofreu acréscimo de cerca de 70% nessa safra em relação à safra de 03/04. Conforme cálculo do sindicato e da Secretaria Municipal de Agricultura, nesta safra o acréscimo dos gastos com adubo, com o controle da ferrugem e a desvalorização cambial deverão custar ao produtor cerca de 20 sacas por hectare.
Os produtores estimam que o valor mínimo a ser pago pela soja para custear a produção deva ser de R$ 33 a saca – atualmente cotada a menos
de R$ 23.
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