| 04/02/2005 21h06min
Em meio a críticas de setores da sociedade e do próprio governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu discutir com o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, eventuais modificações na Medida Provisória 232, que eleva o Imposto de Renda para Pessoas Jurídicas e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) para prestadores de serviços.
– O presidente disse que convocará o ministro Palocci para discutir os pontos da MP...(Lula), que é um homem de muito bom senso, está dando oportunidade de se conversar – disse o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, após encontro com Lula no Palácio do Planalto.
A edição da MP foi duramente criticada pelas centrais sindicais e pela indústria por elevar a carga tributária para empresas prestadoras de serviço. O governo aproveitou o reajuste da tabela do IR para Pessoas Físicas, medida esperada que repercutiu positivamente, para alterar, para mais, a base de cálculo das empresas. Com a decisão, a equipe econômica de Lula passou a sofrer forte pressão para mudar pontos da MP.
Como o assunto se estendeu mais do que o previsto nesta tarde, Skaf aceitou o convite do presidente para acompanhá-lo na viagem a São Paulo, onde fará uma cirurgia para retirada de um pólipo nasal. Os temas mais polêmicos da conversa, como inflação, alta dos juros e taxa de câmbio ficaram para serem tratados durante a viagem. Outra reivindicação apresentada pelo presidente da Fiesp foi quanto à necessidade de instituir salvaguardas aos produtos chineses como medida de proteção à indústria brasileira. Segundo ele, Lula prometeu discutir o assunto com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan.
Skaf rebateu as críticas de alguns setores do governo de que a indústria tem contribuído para o aumento da inflação, o que obriga o Banco Central a elevar os juros básicos da economia.
– Juros e câmbio são efeitos. As causas são os gastos do governo federal, hoje em 23% do PIB (como despesas previdenciárias e gastos vinculados) – disse, argumentando que "41% do bolo inflacionário são de preços administrados".
As informações são da agência Reuters.
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