| 02/02/2005 17h21min
Os juros mais altos do mundo e a concorrência da Colômbia deverão ser os dois temas mais polêmicos dos debates do seminário “Café – Novos desafios e oportunidades”, nos dias 15 e 16 de fevereiro, no auditório do Palácio do Itamaraty, em Brasília. Do encontro participarão representantes dos governos federal, estaduais e municipais, além de parlamentares, entidades do agronegócio de café, bancos e especialistas.
O encontro é promovido pelas comissões de Relações Exteriores e de Defesa Nacional; de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural; e de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio da Câmara dos Deputados, com apoio dos ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e das Relações Exteriores.
Eles colocarão na ordem do dia o que chamam de “a nova realidade mundial da cafeicultura”, analisando o posicionamento do Brasil nesse contexto e criando as bases de uma política para o desenvolvimento sustentável do setor.
De 2001 a 2004 o preço do café cresceu nominalmente 53%, segundo dados da Federação Nacional da Agricultura (FNA). Contudo no mesmo período o Índice Geral de Preços Internos (IGPI), medido pela Fundação Getúlio Vargas, ou melhor, a inflação, subiu 62%, e o custo da produção aumentou 79%, devido principalmente aos juros praticados pelo Banco Central.
O outro nó é a Colômbia, peso-pesado na produção e exportação mundiais. Conforme João Roberto Puliti, da Comissão Nacional de Café da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), a União Européia dá preferência ao café colombiano não exatamente por questões de preço e qualidade, mas sob a teoria de que estaria contribuindo para a erradicação da coca. Mudar esse comportamento vai exigir empenho do Brasil.
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