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 | 01/02/2005 16h14min

Demanda global muda dos EUA para a América do Sul

A demanda global por soja dos Estados Unidos está se deslocando para o Brasil e a Argentina, onde os preços estão mais baixos. A demanda é liderada pela China, maior importador mundial, cujas compras dos EUA nesta temporada alcançaram o teto das estimativas iniciais, disseram traders nessa segunda.

– Os importadores estão tentando mudar. Há pouco interesse no Golfo (no momento) – disse um operador, acrescentando que as exportações de soja brasileira começam tipicamente a ir em grandes quantidades para mercados internacionais a partir de março, com o avanço da colheita no país.

Traders disseram que os preços da soja norte-americana estavam altos quando comparados aos valores oferecidos pelo Brasil, onde os produtores já estão fazendo a colheita de variedades que amadurecem mais rápido. Pequenas quantidades estarão prontas para embarque no início de fevereiro.

– Embarques (do Brasil) serão realizados antes do prazo habitual – declarou o analista de grãos Dan Basse, presidente da empresa de pesquisas AgResource Co.

Operadores disseram que a soja brasileira para embarque em março estava cotada a um prêmio de 40 centavos por bushel sobre o contrato março de Chicago, na base FOB, que exclui custos de transporte, em comparação com prêmios de 69 a 78 centavos por bushel no Golfo do México.

Com base nestes preços, importadores pagariam cerca de US$ 85 mil a menos para um embarque padrão panamax de 60 mil toneladas do Brasil, em comparação com o que desembolsariam pela soja norte-americana para embarque em março, disseram traders.

Basse afirmou que a demanda chinesa por soja dos EUA estava surpreendentemente forte apesar de seus processadores terem deixado de pagar cerca de US$ 300 milhões em compras de soja principalmente brasileira no ano passado, após a adoção pelo governo chinês de medidas mais restritivas de crédito.

De acordo com dados do USDA, a China já comprou 9,64 milhões de toneladas de soja dos EUA desde o início da temporada comercial, em 1º de setembro de 2004.

Um trader disse que embora os processadores chineses tenham começado a importar soja do Brasil, havia rumores entre eles sobre a questão de obtenção dos certificados junto às autoridades chinesas para a importação de soja transgênica do Brasil.

A China havia deixado de aceitar os pedidos de liberação de certificados – necessários para o desembarque da soja transgênica nos portos chineses – no início do ano, mas a questão, aparentemente, foi resolvida em janeiro após um encontro entre autoridades do Brasil e da China.

– Eles ainda não finalizaram a questão. Com a China, isso poderia levar mais tempo do que você imagina – disse o trader, que negocia com processadores de soja chineses.

Mas grandes empresas de grãos como a Archer Daniels Midland Co. estão progredindo na troca em favor da soja sul-americana.

– Nossas operações chinesas e européias de esmagamento de soja irão trocar uma porção significativa de sua origem norte-americana para origem sul-americana a partir de fevereiro – afirmou o vice-presidente da ADM, Brian Peterson em uma conferência com analistas na sexta-feira.

As informações são da agência Reuters.


 
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