As companhias mundiais de seguros poderão cobrar do governo norte-americano parte das indenizações pagas depois dos ataques a Nova York e Washington. Estima-se que estas indenizações fiquem em pelo menos US$ 20 bilhões, um recorde mundial. Previsões da britânica Lloyds apostam que este motante possa chegar a US$ 40 bilhões. O presidente da assembléia anual das maiores empresas do ramo, Jean-Philippe Thierry, afirmou que o poder público dos Estados Unidos deve assumir responsabilidades em relação aos atentados. Ele classificou os ataques como atos de guerra em tempos de paz. O diretor-executivo da Federação Nacional das Seguradoras (Fenaseg), Horácio Cata Preta, disse que é impossível calcular valores agora. Para Cata Preta, as indenizações deverão ser pagas pelas seguradoras. Mas lembra que há a possibilidade de as companhias de seguros buscarem ressarcimento na Justiça norte-americana pelos gastos com o ataque. De acordo com ele, o argumento seria que o governo não teria protegido o espaço aéreo de Manhattan, o que seria sua responsabilidade. Após a onda de atentados em 1985 e 1986 na França, lembra Thierry, o governo francês criou um sistema de indenização para as vítimas: um fundo alimentado por uma taxa de 27 francos (US$ 3,90) sobre cada contrato de seguro de bens feito no país. Nos Estados Unidos, não existem fundos de indenização.