| 11/01/2005 13h12min
A Interpol e 20 polícias nacionais criaram o maior sistema de identificação de vítimas de desastres da história. O objetivo é organizar os dados forenses relativos aos corpos de mais de 5 mil vítimas do tsunami de dezembro na Tailândia.
– Isso aqui é inédito no mundo – disse Jeff Emery, legista australiano que chefia cerca de 60 investigadores, médicos e patologistas de 20 países. – Estamos usando a melhor e mais recente tecnologia mundial.
O centro funciona nos escritórios de uma empresa de telecomunicações na ilha de Phuket, muito devastada pelo tsunami. O local abrigará um gigantesco arquivo que permitirá cruzar informações sobre arcadas dentárias, impressões digitais e DNA dos cadáveres não-identificados da Tailândia com informações similares enviadas por países onde há pessoas listadas como desaparecidas.
Esse lento processo deve levar vários meses, mas já está começando a dar resultados.
– É difícil estimar um tempo, mas não seria razoável supor que isso vá além de seis meses – disse Emery. – Entretanto, estamos muito esperançosos de algum sucesso rápido. Já temos alguns relatos positivos.
O ministério tailandês do Interior disse que os parentes de vítimas locais devem recolher amostras de DNA em hospitais regionais, enquanto os estrangeiros devem fazer o mesmo em suas embaixadas. O processo deve levar cerca de duas semanas.
Ao todo, 5.309 pessoas foram dadas como mortas na Tailândia em conseqüência do maremoto de 26 de dezembro. Outras 3.370 são consideradas desaparecidas, e o governo presume que elas estejam entre os 3,7 mil corpos ainda não identificados.
Quase metade dos corpos já identificados é de turistas estrangeiros, em geral do norte da Europa.
O policial australiano Carl Kent, que participa da identificação, disse que o centro dará a mesma prioridade para vítimas tailandesas e estrangeiras – há críticas de que os legistas estrangeiros só estão interessados em identificar os turistas.
As informações são da agência Reuters.
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