| 10/01/2005 22h00min
Um protesto de empresários do Vale dos Sinos diante do Palácio Piratini na manhã desta segunda, dia 10, deu uma mostra do grau de descontentamento com a alteração das regras para uso de créditos fiscais.
Entre os mais atingidos pela medida, os industriais do setor coureiro-calçadista entregaram a representantes do governo um molho de 1.493 chaves, representando as empresas da região que correm risco de fechar as portas caso o aumento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) seja alterado ou revogado.
O governo, no entanto, não pretende recuar. A única novidade do encontro foi a instalação de um grupo para analisar as perdas das indústrias. Os empresários calculam que a perda da competitividade frente a outros Estados pode provocar a demissão 80 mil trabalhadores no Vale do Sinos e até mesmo o fechamento de indústrias na região. Eles dizem que, se a situação ficar insustentável, poderão se transferir para outros Estados.
O enfrentamento com o setor preocupa deputados da base aliada, como Jerônimo Goergen (PP) e o líder do PDT, Giovani Cherini. O líder do governo na Assembléia, Fernando Záchia (PMDB), disse que a questão dos calçadistas é pontual e já aconteceu no Rio e em São Paulo.
Cherini dá razão aos empresários que protestam contra a sobrecarga de impostos e chega a chamar a mobilização de "muito oportuna". O parlamentar voltou a afirmar que a saída seria o Piratini trabalhar para fiscalizar a sonegação em vez de penalizar os exportadores.
Goergen avalia que as medidas tomadas pelo governo não podem ser chamadas nem mesmo de paliativas. Para ele, aumentar impostos não resolverá os problemas do Estado.
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