| 05/09/2001 19h23min
Adiada por quatro meses devido à incidência da febre aftosa no Rio Grande do Sul, a temporada de caça, que normalmente ocorre entre os meses de maio e agosto, pode estar chegando ao fim em 2001 com apenas 20 dias de vigência. Nesta quarta-feira, a juíza Vivian Josete Pantaleão Caminha, da 7ª Vara da Justiça Federal de Porto Alegre, acolheu uma ação civil pública da Procuradoria da República, suspendendo a temporada de caça deste ano. De acordo com sua decisão, a suspensão é imediata e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) deverá fiscalizar essa proibição. A ação foi ajuizada pelos procuradores João Carlos de Carvalho Rocha e Fábio Bento Alves. Conforme Leda Famer, assessora de gabinete do Ibama no Rio Grande do Sul, a caça foi liberada este ano no Estado com base em estudos técnicos realizados pela Fundação Zoobotânica (FZB) e pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema). Segundo ela, o Ibama pode entrar com um recurso, mas o órgão gaúcho irá aguardar o pronunciamento da autarquia em Brasília nesta quinta-feira para definir que atitudes serão tomadas. O presidente da Federação Gaúcha de Caça e Tiro, Lúcio Flávio Festi Paz, reagiu com surpresa à decisão da Justiça Federal. – Não entendo o por que dessa decisão, apesar desse ano ter sido realmente atípico – disse Lúcio Flávio. O Ibama havia autorizado a abertura da temporada de caça em 48 municípios gaúchos no último dia 17 de agosto, com prazo previsto de término para 1º de novembro. O adiamento da temporada de caça em virtude da aftosa trouxe outro problema – o conflito com o período de acasalamento e nidificação das aves, de acordo a organização ambientalista Amigos da Terra ao Ministério Público Federal. O Rio Grande do Sul é o único Estado brasileiro que permite a caça amadora controlada. Em 2000, a temporada teve 1,2 mil caçadores.
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