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As dificuldades do setor agropecuário em 2004, causadas principalmente pela alta nos custos de produção dos insumos e das máquinas agrícolas, foram destaque na avaliação de 2004 feita pela Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul). Segundo o presidente da entidade, Carlos Sperotto, no caso das máquinas, os preços tiveram um aumento de até 70% ao longo do ano e nos insumos o custo cresceu na ordem de 30%.
O dirigente também comentou as dificuldades da pecuária, em especial a perda do mercado russo, reaberto apenas para o estado de Santa Catarina:
– É uma situação de altíssimo risco para o Brasil.
Ele ressaltou que internamente o Brasil trabalha critérios diferentes da Organização Internacional de Epizootias (OIE), que considera Rio Grande do Sul e Santa Catarina como um circuito único e livre de febre aftosa com vacinação.
Sperotto também chamou a atenção para a concorrência frente aos produtos da Argentina, que estão chegando no Brasil com custo mais baixo.
– Os preços estão desestabilizados com a entrada do Mercosul. No caso do trigo, enquanto o custo de produção é de R$ 29 e a saca é comercializada entre R$ 16 e R$ 17, o governo estipula preço mínimo de R$ 24, o que é totalmente desproporcional – critica.
Como já havia feito no final de 2003, Sperotto voltou a dar notas para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e para o governador do Estado, Germano Rigotto. Para Rigotto, ele deu meio ponto a mais que no ano passado, elevando o conceito de 8,5 para 9.
– É muito difícil fazer uma avaliação do presidente Lula, porque não estamos vendo nenhuma ação para o nosso setor – afirmou, preferindo deixá-lo em "segunda época" a proferir nota de avaliação de sua administração.
Em relação a 2005, Sperotto prevê "um ano nebuloso e de dificuldades para produtores rurais no Rio Grande do Sul, por causa do endividamento da classe, com quebras de safra e baixos preços de venda, a exemplo do que aconteceu no início da década de 90". Já sobre os royalties da soja, afirmou que ainda não há acerto de preço com a empresa detentora da tecnologia. Sua expectativa é que um acordo possa ser anunciado até o final de janeiro.
As informações são da Agência Brasil.
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