O presidente da Rússia, Vladimir Putin, desembarca na noite deste domingo, dia 21, em Brasília, para a primeira visita de um chefe-de-estado russo ao Brasil com a atenção voltada para a expansão do comércio entre as duas nações. Os negócios bilaterais entre Brasil e Rússia atingem atualmente US$ 2 bilhões.

Uma das questões a serem tratadas diz respeito à pecuária. Com a visita de Putin – que fica no país até terça-feira – o governo brasileiro espera que os russos anunciem a liberação total do embargo à importação da carne brasileira, que começou em setembro, após a descoberta de um caso de febre aftosa na região Norte. Na última semana, a Rússia flexibilizou a barreira, liberando a importação de carnes de Santa Catarina.

Antes do embargo, o Brasil era o principal exportador de carnes para a Rússia. Segundo dados do Instituto russo de Estudos de Mercado Agrário, o Brasil cobria 35% das importações russas de carne bovina e 74% de carne suína.

Os russos , por sua vez, querem diversificar a pauta comercial entre os dois países, especialmente nos setores de bens e serviços e na cooperação científica – inclusive no que diz respeito a tecnologia de ponta.

– A tarefa prioritária nesta fase é incrementar as exportações russas e aumentar a pauta de produtos de alto valor agregado – diz a nota da representação.

Além da questão da pecuária, nas conversas com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outras autoridades federais a ser realizada na segunda, dia 22, o presidente Putin e sua comitiva debaterão questões como a ampliação da cooperação na área agrícola, implementação de tecnologias avançadas, fabricação de máquinas agrícolas e captação de investimentos brasileiros. No âmbito político, os presidentes Lula e Putin pretendem avançar num tema de interesse comum: o fortalecimento das Nações Unidas.

Em nota divulgada à imprensa o Itamaraty lembra que "a Rússia foi o primeiro membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas a manifestar apoio ao ingresso do Brasil como membro permanente, no quadro de uma reforma das Nações Unidas que visa a ajustar aquele órgão à realidade contemporânea e dotá-lo de maior representatividade, legitimidade e eficácia".

As informações são da Agência Brasil.