| 25/08/2004 08h32min
O enchimento do reservatório da usina Monte Claro, iniciado nesta terça, dia 24, marca a reta final para operação da primeira turbina do Complexo Energético do Rio das Antas (Ceran), que engloba ainda as usinas Castro Alves, em Nova Roma do Sul, e 14 de Julho, em Cotiporã.
Depois do fechamento das comportas as alterações no cenário não deverão ser drásticas mesmo com a geração total de 360 megawatts (MW) – o correspondente a 10% da energia consumida no Rio Grande do Sul.
Além de ser o primeiro aproveitamento hídrico em série feito simultaneamente, o complexo tem a maior relação de potência gerada por quilômetro quadrado de lago entre as hidrelétricas gaúchas mais recentes – ou seja, a área inundada será pequena para a energia gerada. O represamento deve alagar uma área de 1,4 quilômetro quadrado.
Avaliado há anos pela Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), o projeto Ceran teve estudo ambiental de toda a bacia Taquari-Antas feito pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam). Completa, a obra representará um investimento de R$ 675 milhões.
– Antes, os projetos analisavam o rio com foco quase só na potência. Diminuímos a área alagada e aumentamos ao máximo o efeito das quedas d'água – relata Paulo Zuch, diretor superintendente da Companhia Energética Rio das Antas.
Foi pela complexidade de um dos pontos essenciais das obras – um túnel de 7,2 quilômetros – que a usina do meio, entre as três projetadas, tornou-se a primeira a ficar pronta. Em outubro entra em operação comercial a primeira turbina de Monte Claro. A segunda está prevista para dezembro. Para o engenheiro responsável pelas obras, Fernando Vianna, os prazos são "desafiadores".
Outra característica das barragens do complexo é a construção de soleiras vertentes nos reservatórios. Isso significa que, além de vertedouros para escoar volumes excessivos de água, as barragens têm superfície arredondada, para que a água possa correr por cima da construção em caso de necessidade.
– É necessário porque o rio é muito irregular. Já houve casos em que subiu 14 metros em 12 horas – explica Zuch.
Ainda não se sabe quando o represamento será concluído, mas a previsão é de que isso ocorra até o final da semana. A energia gerada pelo complexo já tem destino certo: será comprada pela CEEE (30%) e pela CPFL, de São Paulo (70%).
Com informações de Zero Hora.
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