O presidente Fernando Henrique Cardoso anuncia nesta terça-feira, em Brasília, o Plano Agrícola e Pecuário 2001/2002. Com o pacote, será apresentada a meta de aumento da safra de grãos para 100 milhões de toneladas. O volume pode representar um aumento de 3% sobre a produção deste ano, se confirmada a previsão de 97 milhões de toneladas. Para financiar esse objetivo, o governo elevará o total de recursos destinados para custeio e investimento para R$ 14,7 bilhões, com cerca de 80% concedidos a juros de 8,75% ao ano. Na safra 2000/2001, o governo destinou ao setor R$ 11,3 bilhões. O lançamento do plano será realizada no Palácio do Planalto e contará com a presença do ministro da Agricultura, Marcus Vinícius Pratini de Moraes. Entre as medidas que serão anunciadas, o governo estará aumentando os limites de financiamento para custeio de determinadas culturas. Além disso, haverá a ampliação de programas regionais para todo o país, como no caso da ovinocaprinocultura. Outros programas, que no ano passado não apresentaram muita saída de recursos – como Prosolo, Proleite e Sistematização de Várzeas – estarão presentes. Um técnico do ministério explica que, em função de negociações, esses programas, lançados em julho de 2000, somente começaram a funcionar de fato no mês de dezembro, e os produtores tiveram pouco tempo para tomada de recursos. Estão previstos no plano R$ 900 milhões, financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). No ano passado, a parcela de recursos liberada para o programa foi de R$ 800 milhões. O ministério informou que o governo ainda prevê a liberação de R$ 3 bilhões para a comercialização, direcionados para mecanismos como contratos de opção, Aquisição do Governo Federal (AGF) e Prêmio de Escoamento da Produção (PEP). Pelos cálculos do ministério, haverá um aumento de até 50% da verba destinada à comercialização em relação à safra anterior.

CAROLINA BAHIA