| 01/07/2004 15h20min
A produção brasileira de grãos 2003/2004 deve chegar a 119,4 milhões de toneladas, 3% a menos da que foi colhida no ano passado e um pouco menor (0,2%) do que a prevista no último levantamento realizado em abril, de 120,1 milhões de toneladas. A estimativa da área a ser cultivada com as principais culturas é 7,5% maior do que a da safra 2002/2003, passando de 43,95 milhões para 47,26 milhões de hectares.
Algodão, amendoim, arroz, girassol, mamona, soja, sorgo e trigo foram as culturas que apresentaram aumento, enquanto as de feijão, milho e triticale tiveram redução. A análise feita pelos técnicos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) considera que os efeitos climáticos – seca no Sul do país e excesso de chuvas no Centro-Oeste – refletiram na redução apurada neste quinto levantamento. Para o presidente da Conab, Luís Carlos Guedes Pinto, isso não afetará o abastecimento interno e a exportação de excedentes.
A soja foi a cultura mais afetada pelas intempéries. A previsão é de 49,7 milhões de toneladas, quando em fevereiro (terceiro levantamento) havia uma expectativa de 57,7 milhões de toneladas. Em comparação com os 52 milhões de toneladas da safra 2002/2003, a redução é de 4,4%. A queda se deu sobretudo no Rio Grande do Sul que teve uma redução de 43,5% em relação ao ano passado, caindo de 9,6 milhões de toneladas para 5,4 milhões de toneladas. O aumento de produção previsto para o Nordeste, sobretudo na Bahia e no Maranhão, é de 42,5% e 41,1%, respectivamente, sobre a safra passada. Ainda assim, não compensará a quebra da colheita do Sul.
O milho também sofreu as conseqüências da estiagem do Sul. A produção deve chegar a 42,4 milhões de toneladas, volume inferior ao da safra 2002/2003 que alcançou 47,4 milhões. A Região Sul deverá ter uma redução na colheita de 18,9%, passando de 23,2 milhões de toneladas para 18,8 milhões de toneladas.
A pesquisa aponta para a primeira safra a diminuição de 2,5% na área plantada e uma redução de 6,2% na produção. O resultado é uma perda de produtividade da ordem de 3,8% comparado à safra de 2002/2003.
O arroz teve o maior destaque de produção neste levantamento. Chegou a 12,7 milhões de toneladas, 2,3 milhões a mais que na safra 2002/3, embora com uma redução de 1,3% em relação ao levantamento de abril que previa 12,8 milhões de toneladas. A nova quantidade foi obtida com a redução de 0,9% na área plantada, ou seja, de 3,6 milhões para 3,5 milhões de hectares e de perda na produtividade, de 3.559 para 3.542 kg/ha. É a maior de todas as safras de arroz e com a maior área já plantada no Brasil. Os Estados do Rio Grande do Sul e do Mato Grosso tiveram a maior produção (6,3 milhões e 1,7 milhão de toneladas, respectivamente).
O algodão também foi destaque neste levantamento. A produção em caroço apresentou acréscimo de 652,3 mil toneladas em relação à safra passada que foi de 2 milhões de toneladas. Na de pluma, os números indicam um acréscimo de 48% com relação à safra passada, de 847,5 mil toneladas para 1,2 milhão de toneladas. A área cultivada passou dos 735,1 mil hectares em 2002/3 para o montante estimado de 1 milhão de hectares, caracterizando um aumento de 45% ou 332 mil hectares em valores totais.
Na Região Centro-Sul, tiveram maior presença, neste aspecto, Mato Grosso e Goiás (114 e 38 mil hectares), Minas Gerais e Paraná (16 e 14 mil hectares, respectivamente). No Nordeste, o maior volume é o da Bahia que apresentou um crescimento de 74% na área plantada em relação à safra do ano passado. Uma variação de 86 mil para 190 mil hectares na presente temporada.
A produção projetada de trigo é de 5,9 mil toneladas. O volume é resultado de um aumento de área de 9% com referência à última safra, mas o resultado final está prejudicado devido uma queda de 7,5% na produtividade prevista.
As informações são do Ministério da Agricultura.
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