| 07/05/2001 14h26min
A liberação para ingresso em solo catarinense de animais e carne com osso vindos do Rio Grande do Sul pode ocorrer mais cedo do que se espera. Uma reunião no final da tarde desta segunda-feira entre técnicos da Secretaria da Agricultura de Santa Catarina e da Delegacia do Ministério da Agricultura definirá o risco oferecido pelo último foco de febre aftosa registrado no fim de semana em Santana do Livramento, na fronteira gaúcha com o Uruguai. O diretor de Defesa Sanitária Animal da Companhia de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), Adelino Renuncio, esclarece que essa "análise de risco" indicará a "possibilidade" de a atual restrição determinada com a notícia do foco gaúcho no fim de semana ser flexibilizada. – É o maior sinal de solidariedade com o Rio Grande do Sul – ressalta Renuncio. Os catarinenses decidiram avaliar a mudança nas barreiras sanitárias depois que informações do governo gaúcho indicaram que o foco está confinado aos 11 animais doentes de uma propriedade no Sul do Estado vizinho. Renuncio explica que na reunião serão definidos critérios como inspeção, lacre e procedência dos animais e carne com osso que poderão ter passagem liberada para comércio em SC e para os demais Estados brasileiros. A medida dependerá ainda da aprovação do Ministério. A flexibilidade, cogitada pela secretaria, deve reduzir o temor de falta de carne bovina para os consumidores locais. O Estado traz 33% da carne de fora, cerca de 20% desse volume é proveniente de propriedades e frigoríficos gaúchos. – Nós precisamos comprar e eles, vender. Estamos cedendo. O governo gaúcho não mostrou até agora essa boa vontade – lamenta Renuncio. O diretor da Cidasc se refere à posição do secretário de Agricultura do Rio Grande do Sul, José Hermeto Hoffmann, que não recuou na posição contrária ao abate dos animais doentes, que é previsto no Programa Nacional de Combate e Erradicação da Febre Aftosa.
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