O grande temor dos moradores da fronteira tornou-se realidade. Uma equipe da Inspetoria Veterinária de Santana do Livramento comprovou clinicamente que 11 bovinos da Cabanha Retiro, na Estância São Pedro, estão com aftosa. A fazenda onde se constatou clinicamente a doença está localizada em um lugarejo densamente povoado por bovinos e ovinos conhecido como Sarandi, no interior de Santana do Livramento, a três quilômetros em linha reta da fronteira uruguaia. A propriedade de 1,5 mil hectares é povoada por 800 cabeças de gado de corte. O exame clínico dos animais foi feito pela inspetoria no final da tarde de sábado. Mas o foco só será confirmado oficialmente com o resultado dos exames de sangue dos animais realizados no Laboratório Lara, em Recife (PE). Nas primeiras horas da madrugada de domingo, o prefeito Guilherme Bassedas da Costa assinou um decreto de calamidade pública, medida judicial necessária para proibir o trânsito de produtos de origem animal e vegetal e para limitar a movimentação na área infectada. A região foi isolada por técnicos da Secretaria da Agricultura, do Ministério da Agricultura, da Brigada Militar, da Polícia Rodoviária Federal e pelo Exército. A vacinação contra a doença deve ter início até terça-feira em 25 municípios gaúchos que fazem fronteira com o Uruguai e a Argentina. A decisão foi acertada durante a reunião do Circuito Pecuário Sul (formado por Rio Grande do Sul e Santa Catarina), no sábado, em Florianópolis. O governo catarinense, por sua vez, decidiu implantar barreiras na divisa com o Estado para impedir a entrada de animais e carne. O secretário da Agricultura do Rio Grande do Sul, José Hermeto Hoffmann garantiu que o Estado não irá sacrificar nenhuma cabeça de gado, por meio do rifle sanitário, para combater a aftosa, como ocorreu em Jóia, no ano passado. Na ocasião, foram sacrificados 11 mil cabeças de gado e milhares de litros de leite foram jogados fora. • Tire suas dúvidas sobre a doença