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A quarta edição do Fórum Social Mundial começará nesta sexta, dia 16, em Mumbai na Índia. O evento que tornou Porto Alegre uma cidade internacionalmente conhecida só retornará ao Brasil em 2005. Confrontar os ocidentais com a dura realidade asiática foi um dos objetivos do deslocamento do FSM, este ano, da tranqüila capital gaúcha para a caótica ex-Bombaim, com seus quase 20 milhões de habitantes e ruas apinhadas de pessoas, carros e motocicletas.
Para os organizadores, a grande diferença entre o 4° FSM e os três encontros anteriores em Porto Alegre é o evento estar sendo realizado em 2004 em uma cidade que é o retrato de toda a miséria produzida pelo capitalismo. Segundo os organismos internacionais, apesar de a Índia ter um dos mais altos Produtos Internos Brutos do mundo (13° maior, em 2000), 600 milhões de seus mais de 1 bilhão de habitantes vivem na miséria.
As conferências, exposições e debates do Fórum serão realizados em pavilhões simples e empoeirados, em uma antiga fábrica que virou centro de exposições, na periferia de Mumbai. Ainda nesta quinta, dia 15, dezenas de voluntários e operários ainda pregavam painéis, pintavam e varriam os pavilhões para que o local possa abrigar, com algum conforto, as cerca de 100 mil pessoas aguardadas pelo comitê organizador do FSM.
Apesar do atraso na preparação, o clima era de entusiasmo entre os membros do comitê e os brasileiros que chegavam para dar uma olhada no local. Havia temores de que o evento não chegasse a acontecer, porque os cerca de 100 grupos indianos responsáveis pela realização do FSM não receberam ajuda nem recursos financeiros da administração municipal de Mumbai, considerada políticamente de direita.
– O fórum está mais bem organizado do que em Porto Alegre – comemorou o representante brasileiro no comitê organizador do FSM, Francisco Whithaker, lembrando que, no ano passado, o evento começou sem que houvesse nem sequer um programa para ser distribuído aos participantes.
– É a consolidação da possibilidade de podermos fazer fóruns como esse no mundo todo – afirmou.
A pobreza nas ruas da cidade que sedia o FSM é assunto dominante nas conversas de brasileiros que chegam para o encontro.
– Para os brasileiros que vieram a Mumbai, está sendo um choque cultural muito grande – afirmou Whithaker.
– Nunca vi tanta gente dormindo nas ruas – disse Luiz Carlos Seixas, da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, sobre as centenas de pessoas que viu deitadas ao relento no trajeto do aeroporto até o hotel.
Para o encerramento no dia 21 está prevista uma passeata contra a globalização imperialista e o ataque americano no Iraque. Na manifestação é aguardada a presença da iraniana Shirin Ebadi, ganhadora do Prêmio Nobel da Paz, e o ex-presidente do Banco Mundial, Joseph E. Stiglitz. As informações são da Agência Brasil.
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