| 09/12/2003 11h01min
O Produto Interno Bruto (PIB) de 2002 apresentou crescimento de 1,9%, chegando em valores correntes a R$ 1,3 trilhão. O setor de maior dinamismo foi o agropecuário, que cresceu 5,5% do seu valor adicionado a preço básico, enquanto a indústria e os serviços cresceram, respectivamente, 2,6% e 1,6%.
De acordo com Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os setores com maior crescimento foram: beneficiamento de produtos de origem vegetal, inclusive fumo (9,9%), abate e preparação de carnes (8,3%), indústria do açúcar (8,1%), siderurgia (8,0%), fabricação e manutenção de máquinas e tratores (8,0%) e extração de petróleo e gás natural, carvão e outros combustíveis (7,8%). As quedas mais significativas da indústria foram na fabricação de automóveis, caminhões e ônibus (-7,6%) e na indústria do café (-7,3%).
O IBGE divulgou nesta terça, dia 9, os resultados preliminares das Contas Nacionais de 2002, os semidefinitivos de 2001 e os definitivos do ano de 2000. Conforme os dados, em 2000, o PIB cresceu 4,4% e em 2001 verificou-se a desaceleração do crescimento da economia, com o PIB apresentando variação de apenas 1,3%.
Segundo informações do relatório, a carga tributária bruta atingiu o recorde histórico de 34,9% do PIB em 2002, contra 33,4%, em 2001. A maior parte deste crescimento ficou concentrado na esfera federal, que aumentou a sua arrecadação em aproximadamente R$ 49,8 bilhões, passando a participação de sua arrecadação no PIB de 22,7%, em 2001, para 24,0%, em 2002.
Em 2002, a moeda nacional terminou o ano cotada a R$ 3,63/US$, sofrendo uma forte depreciação de cerca de 52,5%, apesar da apreciação do Real após as eleições de novembro. Esta desvalorização, ao contrário da ocorrida em 2001, teve um impacto considerável sobre a inflação que atingiu níveis recordes desde os primeiros meses do Plano Real. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) geral foi de 12,5%, superando bastante a meta de inflação no início do ano que havia sido fixada em 3,5% com tolerância de dois pontos percentuais para cima e para baixo.
A dívida pública, parte dela atrelada à moeda estrangeira, e a balança comercial também foram significativamente influenciadas pela variação do câmbio. Saldo da balança comercial cresceu 396,8% e proporcionou redução de 66,6% no déficit em transações correntes, em relação a 2001.
Em relação às exportações, o maior crescimento em valor foi em função dos produtos básicos (10,5%), enquanto os produtos industrializados apresentaram um crescimento de 2%. Os setores exportadores que mais se destacaram no ano de 2002 foram o setor de beneficiamento de produtos vegetais (15,9%), madeira e mobiliário (16,2%), elementos químicos (22,5%) e siderurgia (21,1%).
Setor financeiro aumentou capacidade de poupança em R$ 4,4 bilhões, enquanto a do não financeiro caiu R$ 4,1 bilhões. Massa salarial cresceu 1,2%, mas rendimento médio teve queda real de 1,3%.
Em 2002, os investimentos estrangeiros diretos caíram cerca de US$ 10,0 bilhões em relação a 2001. Mas a redução do déficit em transações correntes (US$ 15,5 bilhões) foi mais do que suficiente para compensar essa queda. As contas de capital e financeira apresentaram, em conjunto, um superávit de US$ 12 bilhões, e o balanço de pagamentos teve superávit de US$ 300 milhões.
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