O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se encontrará com o primeiro-ministro palestino, Ahmad Korei, durante uma visita a cinco países árabes marcada para acontecer em dezembro, disse na sexta-feira o Ministério das Relações Exteriores do Brasil. Lula admitiu ainda ir a Israel no futuro

O encontro, no dia 9 de dezembro, acontecerá na capital do Egito, Cairo, durante a viagem de uma semana que também incluirá a Síria, o Líbano, os Emirados Árabes e a Líbia.

– O presidente Lula levará ao primeiro-ministro palestino uma mensagem de paz – afirmou a jornalistas o chefe do Departamento do Oriente Médio da chancelaria brasileira, Sarkis Karmirian.

Karmirian acrescentou que, em maio, o Rio de Janeiro realizará uma reunião de presidentes sul-americanos e de dirigentes de 20 países árabes e da Autoridade Palestina, que estará representada por Korei.

Questionado sobre se Lula também visitaria Israel, a autoridade brasileira afirmou que essa era uma possibilidade aberta no futuro e que o Brasil defende a ``busca de uma solução equilibrada'' para o conflito no Oriente Médio. Nenhum presidente brasileiro visitou o Estado judaico desde sua criação, em 1948.

Durante sua viagem, Lula pretende criar uma ponte para um mercado que importa US$ 150 bilhões ao ano. O Brasil nunca priorizou a região como potencial fonte de crescimento do comércio exterior nacional. As exportações brasileiras para os países Árabes, apesar de ter crescido nos últimos dois anos, ainda é insignificante. Em 2002, o volume de negócio não ultrapassou US$ 5 bilhões.

O diretor geral do Departamento de Promoção Comercial do Itamaraty, embaixador Mário Vilalva disse que as pretensões do governo brasileiro são, pelo menos, de fazer com que esse comércio cresça dos atuais 3% das transações comerciais brasileira com o resto do mundo, para até 6% nos próximos 5 anos.

O comércio com os países árabes faz parte de um dos três eixos da política de comércio exterior do governo Lula. O primeiro se refere à integração da América do Sul, o segundo à aproximação com continente africano e, agora, com sua viagem a Síria, Líbano, Emirados Árabes, Egito e Líbia o presidente consolida o inicio das negociações para a formação desse terceiro eixo de comércio exterior. Hoje 75% das relações comerciais brasileiras estão restritas aos Estados Unidos e à União Européia.

As informações são da Agência Brasil e Reuters.