| 14/03/2001 17h40min
O Secretário Estadual da Agricultura, José Hermeto Hoffmann, afirmou na tarde desta quarta-feira, durante o Fórum Nacional de Secretários de Agricultura, realizado em Brasília, que defende a revisão da política sobre a febre aftosa desenvolvida no país. Hoffmann é favorável à volta da vacinação. Hoffmann solicitou ao ministério o auxílio de 11 lanchas da Marinha e que o governo federal assuma os postos fixos de barreira, para que os técnicos da Secretaria da Agricultura – que hoje trabalham nesses locais – possam estar liberados para o trabalho móvel, preparados para o caso de suspeitas de foco. O secretário ainda repassou ao ministério um levantamento dos 52 pontos críticos de contrabando. Essas são medidas para prevenir a entrada do vírus, mas o secretário Hoffmann vai mais longe. Defende a volta da vacinação no Estado e acredita que conta com o apoio dos produtores nessa empreitada. O secretário teme que o vírus tenha entrado no Rio Grande do Sul antes do processo de controle na fronteira e, como em abril faz um ano que o rebanho gaúcho deixou de ser vacinado, teme que os animais possam estar mais suscetíveis à doença. Atualmente, o Circuito Pecuário Sul (Rio Grande do Sul e Santa Catarina) é considerado pela Organização Internacional de Epizootias (OIE) livre de aftosa com vacinação, mas o ministério já considera a zona livre sem vacinação e pretende encaminhar o pedido de reconhecimento desse status à OIE no final do ano. O secretário da Agricultura de Santa Catarina, Odacir Zonta, é contrário à volta da vacinação. Para Zonta, a volta da imunização do rebanho nos dois Estados é um retrocesso. O diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa), Rui Vargas, é da mesma opinião, e ainda alerta que a volta da vacinação sem motivo provocaria a perda da credibilidade do Brasil nos mercados internacionais. O Paraná, que há sete anos não registra focos de febre aftosa, assegura que continuará vacinando seu rebanho. Hoffmann ainda solicitou ao ministério um relatório completo sobre os focos na Argentina e pediu a suspensão das importações de grãos (soja, milho, trigo e arroz) que, afirma, poderão servir como vetores da doença. O ministério vai avaliar o fundamento científico desse pedido. Nos pontos de consenso, os representantes dos Estados ainda deixaram mais duas reivindicações: liberação de recursos e de técnicos federais para atuarem nos postos fixos de fronteira, liberando os funcionários estaduais para atuação em caso de emergência como, por exemplo, se houver alguma suspeita de foco.
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