| 07/03/2001 15h54min
O secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Luiz Carlos de Oliveira, disse nesta quarta-feira, em Porto Alegre, que o atual plano de emergência contra a febre aftosa precisa ter alguns de seus pontos revisados. A principal ação seria o reforço da fiscalização nas regiões fronteiriças. – Precisamos harmonizar as atividades de fiscalização em cada Estado, fortalecendo o alerta contra o vírus – ressaltou Oliveira. Sobre a presença da Marinha no Rio Uruguai, na fronteira com a Argentina, o secretário comentou que o ministério pode apenas intermediar a ação caso seja comprovada sua necessidade. O secretário da Agricultura, José Hermeto Hoffmann, havia pedido a presença das Forças Armadas no mês passado para reforçar a segurança na fronteira. Segundo Hoffmann, a política sanitária atual é inconsistente em parâmetros técnicos e políticos, pois não estaria garantindo a saúde do rebanho brasileiro e poderia criar uma guerra comercial entre os Estados. De acordo com ele, o Rio Grande do Sul ficaria isolado do resto do país se retomasse a vacinação como medida preventiva. – Esperamos que seja adotada uma ação continental contra a febre aftosa, além da eliminação dos atuais Circuitos Pecuários – disse Hoffmann. Segundo o secretário, o Brasil está cercado de focos da doença, e mais animais poderão ser mortos num futuro próximo se a vacinação não voltar. Ele afirmou que a Bolívia não faz qualquer controle sanitário de seu rebanho. Os pecuaristas bolivianos da região da fronteira estariam recebendo doses da vacina do governo brasileiro, mas sem garantia da aplicação do medicamento. Oliveira disse que os diversos focos da febre que surgiram em vários pontos do globo se devem ao aumento da virulência em nível mundial. Segundo Hoffmann, o vírus da aftosa pode sobreviver por até três dias na pele de uma pessoa, dificultando o controle da entrada da doença no país.
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