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O ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, reagiu às críticas de que o governo esteja redirecionamento recursos da área de saúde para investir em saneamento básico e no combate à pobreza. Em conversa com jornalistas na Espanha, o ministro disse que o governo está disposto a rever a questão e fazer um acordo, desde que seja colocada de maneira "racional".
– O que o governo não pode aceitar é que fez algo ilegal ou que retirou recursos da saúde. Essa forma de colocar a questão é uma forma maniqueísta e incorreta – enfatizou.
Dirceu garantiu que o relator da Comissão Mista de Orçamento, Jorge Bittar (PT-RJ), está autorizado a negociar o acordo. A determinação, segundo Dirceu, foi do próprio presidente Lula.
O ministro defendeu que investir em saneamento e no combate à fome também é investir em saúde e disse que o governo tem como garantir recursos para o programa Bolsa-Família, independente de qualquer vínculo com a saúde.
Dirceu também criticou a atitude do procurador-geral
da República, Cláudio Fonteles, de recomendar ao presidente Lula que o governo devolva os R$ 3,571 bilhões destinados anteriormente ao Ministério da Saúde e que foram deslocados na proposta de Orçamento para o saneamento e o combate à fome.
Já o relator Jorge Bittar, que também acompanha o presidente Lula na Espanha, disse que vai adequar o Orçamento às necessidades do país. Ele adiantou que estuda incluir na proposta orçamentária emendas parlamentares para o aumento de recursos à saúde, recursos do Fundo de Combate à Pobreza, além de um remanejamento geral do texto.
– Vamos tirar de áreas importantes que necessitam de investimentos, mas na realidade orcamentária que possamos trabalhar – concluiu. Até o final de 2004, segundo o relator, a saúde vai ter disponível no Orçamento R$ 36 bilhões.
A declaração do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso de que "falta imaginação" para o governo Lula decolar também recebeu uma dura resposta do chefe da Casa
Civil da Presidência da República.
– Ex-presidente da República tem de cuidar da biblioteca, de quando foi presidente, da memória da sua presidência, dos netos. E também pode fazer política, mas sem ressentimento – afirmou José Dirceu.
Fernando Henrique declarou em entrevista ao jornal espanhol El País, publicada nesta sexta, que o governo do presidente Lula não inovou em nada na área social, limitando-se a dar continuidade a ações iniciadas durante seu mandato. Apesar da crítica à área social, o ex-presidente elogiou a responsabilidade com que o atual governo vem lidando com questões econômicas.
Dirceu lembrou que, em oito anos de governo, Fernando Henrique não conseguiu realizar as mudanças que o governo Lula vem se propondo a fazer.
– Ele teve oito anos para fazer reforma previdenciária e tributária; não fez. Teve oito anos para aprovar a Lei de Falências; não aprovou. Teve quase seis anos para unificar os programas sociais; não unificou. Teve muito
tempo para fazer muita coisa. Agora, ele tem que ser
tolerante, democrático, tem que esperar pelo menos a metade (do mandato) do presidente Lula – enfatizou.
Com informações da Agência Brasil.
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