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 | 21/02/2001 10h49min

Sindicalistas criticam proposta do governo

O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, afirmou nesta quarta-feira que recusou a proposta do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), referente aos planos Verão e Collor 1, porque o governo apresentou uma conta para os trabalhadores pagarem. Segundo o sindicalista, a conta é da União. Em entrevista à Rádio Gaúcha, o presidente da Força Sindical criticou a proposta de retenção da multa de pessoas desempregadas. – Não podemos abrir mão de um direito para pagar uma conta do governo –, disse Silva. Silva disse que a Força Sindical quer discutir alternativas como aumento de alíquotas das grandes empresas para o FGTS, reajuste nos juros do Fundo, de 3% para 6%, e o aumento da multa do FGTS em virtude do excesso de demissões. De acordo com o presidente da Força Sindical, outra alternativa para o pagamento do expurgo é a colocação de ações das empresas estatais na negociação. O presidente nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), João Felício, reafirmou a tentativa de transferência, por parte do governo, de uma conta aos trabalhadores. Ele disse que está estimulando todos os trabalhadores a entrar na Justiça. Felício criticou a facilidade do governo em pagar banqueiros e as dividas externa e interna e os problemas encontrados em atender as reivindicações dos trabalhadores. As propostas da CUT para o pagamento do expurgo são uma melhor capitalização do FGTS, cobrança das instituições financeiras, taxação de grandes empresas e a destinação de parte do orçamento para o pagamento de dívidas. Feliciano ressaltou também que a CUT irá lançar um bloco de carnaval chamado Passaram a mão no meu Fundo para estabelecer uma comunicação direta com a sociedade. O presidente da CUT destacou a importantância das centrais sindicais apresentarem uma proposta única ao governo. Para isso, as entidades centrais sindicais vão se reunir em 1º de março. Nesta quarta-feira, o ministro do Trabalho, Francisco Dornelles, se reúne com representantes das centrais patronais – Confederação Nacional da Indústria (CNI), Confederação Nacional dos Transportes (CNT), Confederação Nacional do Comércio (CNC) e Confederação Nacional das Instituições Financeiras (CNIF) – para tratar da reposição das perdas do FGTS.

 
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