| 02/10/2003 09h26min
Em entrevista concedida nesta quinta, dia 2, para emissoras de rádio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que a questão da transgenia não se resume em ser contra ou a favor. Ele frisou que precisava resolver um problema posto, mas deixou claro que a pendenga deverá ser solucionada de forma definitiva no Congresso, eximindo-se, de certa forma, da responsabilidade pelo futuro dos organismos geneticamente modificados no país.
Lula revelou ainda que a polêmica não estava restrita somente aos produtores gaúchos. De acordo com ele, entre os Estados o Rio Grande do Sul é o mais "nervoso", fazendo referência ao encontro com o governador Germano Rigotto e com políticos que pressionaram o Planalto a editar a Medida Provisória que liberou o plantio dos transgênicos nesta safra.
Conforme o presidente, já em fevereiro, o Planalto deparou-se pela primeira vez com uma realidade até então desconhecida por ele: havia 9 milhões de sacas de organismo geneticamente modificados estocadas. As únicas soluções, segundo Lula, seriam proibir a comercialização e a Polícia Federal tocar fogo na soja ou entender a situação e criar condições para a venda. Destruir as sementes em um país que passa fome, de acordo com o presidente, seria um absurdo. Por isso, em caráter excepcional, o governo editou a medida que foi prorrogada por mais um tempo na semana passada. Segundo Lula, entretanto, a resolução só se consolidará quando o projeto for encaminhado ao Congresso.
O presidente lembrou que a rotulagem precisa ser cumprida, pois o povo tem o direito de saber o que está comprando e nenhum produtor pode se negar a isso. Além disso, o presidente destacou que o papel da CTNBio deverá ser definido.
Sobre demora na assinatura da medida provisória, Lula elogiou a atitude do vice-presidente José Alencar e avaliou positivamente sua cautela.
– Ele fez muito bem de ouvir as pessoas. Eu vejo virtude nisso – disse Lula.
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