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Em um dos mais aguardados discursos desde a posse, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve propor nesta terça, dia 23, na abertura da 58ª Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), a reformulação no órgão. O seu pronunciamento será um importante passo na campanha para assegurar ao Brasil uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU.
Segundo o chanceler brasileiro, Celso Amorim, o presidente vai defender uma ampla reforma nas Nações Unidas para convertê-la em um organismo mais eficaz para abordar questões complicadas. O Brasil quer que a ONU amplie o número de assentos no Conselho de Segurança e revise o funcionamento da Assembléia Geral, entre outras coisas.
Lula lançou o tema de uma reforma da ONU perante um grupo de cinco presidentes e três primeiros ministros convidados pela missão brasileira para um almoço nesta segunda, dia 5, junto ao secretário-geral da ONU, Kofi Annan. Amorim disse que havia uma "ampla margem de convergência de pensamento" com Annan sobre as reformas. O secretário-geral quer nomear uma comissão de notáveis para propor as reformas.
Ainda nesta segunda, em sua estréia pública nas tribunas do principal fórum internacional, Lula fez críticas aos EUA pós-11 de setembro e à administração do presidente George W. Bush, sem citá-los nominalmente.
– O ódio que anima os terroristas não se dissipará pelo emprego de métodos repressivos – afirmou o presidente, em Nova York, durante o seminário "Combatendo o terrorismo em prol da humanidade".
Com a presença de 25 chefes de Estado e de governo, Lula fez um um discurso em defesa ao fortalecimento da ONU e outros organismos multilaterais. Condenou todo tipo de ação terrorista e propôs reformas no sistema internacional para o combate de ações como a que matou o brasileiro Sérgio Vieira de Mello, em Bagdá.
– Não podemos prescindir da ONU em nossos esforços. Enfraquecê-la significa fortalecer os inimigos da paz – destacou o presidente.
Para Lula, a atuação desse organismo não pode se limitar a aspectos humanitários, mas sua influência diplomática deve ser respeitada e legitimada.
Lula ainda deixou claro que o Brasil não admite "a mera elaboração de listas de organizações terroristas" como solução para resolver a questão. Encerrando, o presidente homenageou Vieira de Mello e reiterou a necessidade de restabelecer a soberania e a autodeterminação do povo iraquiano.
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