| 12/02/2001 18h38min
Os dois únicos frigoríficos do Rio Grande do Sul que exportam carne bovina para os Estados Unidos estão apostando no mercado europeu como saída para evitar danos com o cancelamento das exportações para o país e para o Canadá. Os diretores do Frigorício Pampeano, de Bagé, e do General Meat Food, de Santana do Livramento, estão otimistas que o embargo acabe até o fim deste mês. O Pampeano parou a produção de carne bovina enlatada a fim de evitar prejuízos e concedeu férias coletivas aos funcionários. Do total de 336, 220 serão dispensados por 10 dias, período que pode ser ampliado para 20 caso o impasse permaneça. Mas, segundo o diretor do frigorífico, Rui Mendonça, o pessoal de rotulagem e embarque segue trabalhando, pois o estoque, no valor de US$ 1,5 milhão, foi direcionado para outros mercados – Alemanha, Inglaterra e Egito. A exportação para os Estados Unidos representa 45% das vendas do Pampeano e para o Canadá, 3%. Já Carlos Kerber, do General Meat Food, espera retomar os contratos com os Estados Unidos até abril. O frigorífico conseguiu embarcar em dezembro 940 toneladas de carne bovina enlatada para os dois países. O General Meat Food só tem contrato de entrega do produto industrializado nos três primeiros meses do ano para a União Européia. O boicote canadense à carne brasileira já começa a causar demissões no Brasil. Segundo o tesoureiro da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação do Estado de São Paulo, Ovídio Garcia Fernandes, cerca de 2 mil trabalhadores dos frigoríficos já foram demitidos ou estão em férias coletivas.
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