| 07/09/2003 17h32min
O presidente palestino, Yasser Arafat, disse à facção Fatah neste domingo, dia 7, que quer Ahmed Korei como primeiro-ministro em substituição a Mahmoud Abbas, que renunciou após perder uma disputa de poder. Korei, também conhecido como Abu Ala, não disse se irá aceitar a indicação.
Co-fundador da Fatah, facção dominante na Organização para Libertação da Palestina (OLP) e pertencente ao Comitê Central da Fatah, que determina as políticas da Autoridade Palestina e indica o primeiro-ministro, Korei atua como presidente do Parlamento palestino desde 1986. Suas credenciais como um moderado e também como arquiteto do acordo de paz de Oslo, em 1993, podem agradar aos Estados Unidos e ajudar a salvar o "mapa da paz".
Abbas renunciou neste sábado, dia 6, dizendo que seus esforços para promover a paz estavam sendo bloqueados por Arafat, impedidos pelas políticas israelenses e alegando ter apoio insuficiente dos EUA. A nomeação de Abbas havia sido uma das condições impostas pelos EUA para patrocinar um plano de paz entre palestinos e israelenses. Autoridades israelenses consideraram a atitude um golpe nas esperanças pela paz e renovaram seu pedido para a expulsão de Arafat
– Arafat disse à liderança da Fatah que indica Abu Ala para formar o novo governo – disse uma autoridade palestina após o encontro entre Arafat e membros da Fatah em Ramallah, na Cisjordânia.
A indicação pode solucionar semanas de instabilidade política na Autoridade Palestina. O nome de Korei, de 65 anos, deve ser aprovado pela liderança da Fatah e da OLP. Os dois grupos, dominados por partidários de Arafat, estavam reunidos na noite deste domingo (horário local). Israel já afirmou que não negociará com a liderança palestina se o controle for para as mãos de Arafat. No domingo, algumas autoridades israelenses afirmaram que o presidente deve ser exilado do território palestino.
– Acho que a expulsão de Arafat é um passo inevitável após anos de seu envolvimento com o terrorismo – disse o ministro do Exterior israelense, Silvan Shalom, à rádio Israel.
Ele afirmou que qualquer decisão terá de passar por uma "discussão estratégica" no governo, mas não disse quando isso acontecerá. Outros ministros israelenses já pediram a expulsão de Arafat, mas o primeiro-ministro Ariel Sharon não aprovou a medida, temendo reações internacionais. Os Estados Unidos são contra a idéia.
Com informações da agência Reuters.
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