O prazo limite estipulado para que o Canadá volte atrás na suspensão da importação de carne bovina do Brasil termina no final da próxima semana. Quem avisa é o ministro da Agricultura, Marcus Vinícius Pratini de Moraes, que nesta quinta-feira disse que esse é o tempo máximo que o setor pode suportar em prejuízos. Depois disso, se o governo canadense demorar ainda mais na análise dos documentos já enviados sobre a sanidade animal e ausência do mal da vaca louca no país, Pratini adianta que outras medidas serão tomadas, mas não informou quais serão as medidas restritivas. O ministro não escondeu que o arsenal que o Brasil tem em forma de comércio é bem maior que o do Canadá. Uma missão de técnicos canadenses está sendo esperada no início da próxima semana para que verifiquem in loco os dados enviados pelo governo brasileiro sobre a sanidade do rebanho brasileiro. O secretário de Defesa Agropecuária do ministério, Luiz Carlos de Oliveira, no entanto, reforça que a decisão do Canadá não está condicionada à visita da missão a propriedades e indústrias e que os canadenses já têm dados suficientes para dar uma resposta. O presidente da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), Carlos Sperotto, revelou que os produtores estavam enviando um ofício à Embaixada Canadense pedindo que a missão venha ao país o mais rápido possível. O ministro da Agricultura, Marcus Vinícius Pratini de Moraes, também disse que, por solicitação dos produtores e industriais, o ministério estará solicitando a inclusão na Organização Mundial do Comércio (OMC) de um dispositivo que preveja a responsabilidade de autoridades sanitárias do país em caso de declarações sem aviso prévio. Conforme Pratini, se o assunto for discutido na OMC já configura o problema. Segundo o ministro, o Canadá infringiu uma norma do acordo de Medida Sanitária e Fitossanitária da OMC.